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reportagem de capa
Brasil é a segunda maior fonte de ataques
CIBERCRIME País ultrapassa China e EUA; especialistas recomendam bons softwares de proteção e navegação consciente
DA REPORTAGEM LOCAL
Do segundo para o terceiro
trimestre de 2009, o índice de
ataques virtuais originados no
Brasil pulou de 2,3% para 8,6%,
ficando à frente dos EUA
(6,9%) e da China (6,5%) e atrás
apenas da Rússia (13%), segundo o relatório "The State of the
Internet" (O estado da internet), produzido pela Akai.
O dado não surpreende
Eduardo Godinho, especialista
da empresa de segurança virtual Trend Micro.
"De acordo com os nossos estudos, o Brasil já vem sendo há
bastante tempo um dos líderes
dos ataques na internet, principalmente quando falamos de
spam, phishing e trojan", afirma. "Somos, entre aspas, bastante criativos quando se fala
em trojans para roubar dados
bancários, por exemplo".
Para o especialista, a recente
popularização da internet e da
banda larga no Brasil contribui
para a posição cada vez mais
destacada do país no mundo do
cibercrime.
Godinho afirma que os usuários têm mais consciência da
necessidade de usar programas
de segurança, mas que o mais
importante de tudo é navegar
com consciência e cautela.
Para Fabiano Tricarico, gerente nacional de vendas da
área de varejo da Symantec, o
internauta brasileiro ainda não
está ciente da importância de
ter bons softwares de proteção.
"A maioria deles não usa nenhum produto para se proteger
ou não usa um software adequado", afirma.
"Muita gente ainda tem a
imagem de que o hacker é aquele cara novinho, com cara de
nerd, que tem um monte de espinha na cara e usa óculos e bonezinho. Não é mais assim",
afirma Tricarico.
Segundo o especialista, no
passado, hackers criavam vírus
com o simples objetivo de ficar
famosos e infectar o maior número possível de computadores. "Hoje ninguém mais faz isso. Atualmente eles querem o
anonimato, na verdade. O ataque é direcionado ao lucro financeiro", afirma Tricarico.
O cibercrime, segundo o especialista, é dominado por quadrilhas especializadas. "Alguns
números mostram que elas estão movimentando mais dinheiro do que tráfico de drogas
no mundo".
Godinho aponta os encurtadores de URLs (endereços de
sites), popularizados pelo Twitter, como uma das principais
formas de disseminação de pragas virtuais nos dias de hoje.
Os endereços curtos, usados
principalmente para espalhar
links no microblog com limite
de 140 caracteres, podem esconder páginas maliciosas.
Antes dos encurtadores, afirma Godinho, recomendava-se
ao usuário que passasse o mouse sobre o link para descobrir
sua origem. Agora, o especialista da Trend Micro recomenda
que, antes de clicarem em links
enviados por amigos, os internautas devem perguntar a eles
a procedência dos endereços.
O próprio bit.ly, encurtador
de URL mais popular atualmente, permite ver para onde
vão os links curtos.
"É como na vida real. Você
não vai andar na rua sem prestar atenção aos lados, ver se
tem alguém o seguindo. Na internet é mais ou menos a mesma coisa", conclui Tricarico.
(RAFAEL CAPANEMA)
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