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reportagem de capa
Mercado de e-books começa a crescer
AINDA RESTRITO >> Kindle só é vendido para os EUA; leitor eletrônico da Sony é difícil de encontrar nas lojas tradicionais
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BERKELEY
No final de outubro, a apresentadora americana Oprah
Winfrey classificou o Kindle, o
leitor de livros eletrônicos da
Amazon, como seu novo aparelho favorito.
Naquele instante, ficou claro
que, apesar de não ser o primeiro leitor de livros eletrônicos a
existir, o Kindle poderá ser o
responsável pela popularização
desse tipo de aparelho. Mas ele
vai ter muito trabalho.
No primeiro aniversário do
Kindle, o mercado de livros eletrônicos se encontra em fase de
crescimento, porém seu tamanho ainda é muito pequeno em
comparação com o mundo livreiro tradicional.
Mesmo assim, quem quer
comprá-lo tem de encarar uma
espera de cerca de três meses.
Ao anunciar os ganhos no terceiro trimestre do ano, um executivo da Amazon disse que os
livros eletrônicos do Kindle já
representam mais de 10% nas
vendas totais de publicações
-eletrônicas e tradicionais.
No geral, porém, estima-se
que as vendas de livros eletrônicos sejam equivalentes a apenas 1% das vendas de publicações quando o mercado impresso é considerado.
Para piorar as coisas, encontrar aparelhos leitores de livros
eletrônicos não é fácil. O Kindle
só é vendido on-line, na Amazon, para pessoas que moram
em território americano. Além
disso, leitores de outras marcas, como a Sony, dificilmente
são encontrados nas lojas.
No único estabelecimento
em que um Sony PRS-505 -antecessor do recém-lançado
PRS-700- foi encontrado pela
reportagem, o vendedor dizia:
"É claro que eu vendo mais
iPods do que leitores de livros".
De fato: enquanto a Apple deve atingir em 2009 a marca de
200 milhões de iPods vendidos,
as vendas do Kindle, o mais popular de sua classe, são estimadas em 200 mil unidades.
Kindle e iPod
Apesar da grande diferença
no número de unidades vendidas, o Kindle, juntamente com
os outros leitores de livros eletrônicos, vai desenvolvendo
uma relação de amor e ódio
com as pessoas, que lembra a
época do lançamento do iPod.
Uns amam e enumeram os benefícios. Outros odeiam e
apontam os defeitos. Blogs e fóruns na rede abrigam debates
sobre os aparelhos.
Entre os benefícios apontados pelos usuários estão a capacidade de armazenar centenas
de livros em apenas um aparelho, a tecnologia da tela, que
evita o cansaço dos olhos, a leveza do produto e até mesmo a
preservação do ambiente.
Já aqueles que se posicionam
contra dizem que os preços dos
livros e dos leitores são muito
altos. Um título eletrônico custa em média US$ 12. O Kindle
sai por US$ 359 -outros leitores têm custo que varia de US$
300 a US$ 800.
Como a maioria dos leitores é
vendida apenas on-line, algumas pessoas preferem não investir o dinheiro em um produto que não podem testar pessoalmente. Para os que não
gostam do Kindle, o fato de o
aparelho ler livros apenas comprados na Amazon também é
fator que pesa contra ele.
JORNAL
A Plastic Logic planeja lançar, na primeira
metade de 2009, um leitor de jornais
eletrônico com E Ink; com pequena espessura,
ele tem 21,6x28 cm
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