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SUPERCOMPUTAÇÃO
Interligadas, máquinas espalhadas em todo o planeta fazem cálculos complexos em tempo recorde
Internet une PCs para projetos científicos
FERNANDO BADÔ
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No filme "Contato", de Robert
Zemeckis, um grupo de cientistas
analisa sinais captados por satélites em busca de vida alienígena.
Para realizar essa tarefa, que exige
imensa quantidade de cálculos,
aproveita-se a capacidade de processamento de diversos micros de
voluntários de todo o mundo.
Ficção? Nem tanto. A idéia de
um supercomputador formado
por máquinas conectadas em
qualquer ponto do planeta é bem
concreta. Projetos dessa envergadura somam a capacidade de processamento e armazenamento de
milhões de computadores domésticos, via internet.
Unidas, as máquinas se tornariam o mais potente equipamento
que já existiu na face da Terra, capaz de realizar, num período relativamente curto, tarefas que levariam tempo demais até mesmo
nas máquinas mais rápidas da
atualidade (leia texto abaixo).
A intenção é fazer com que cada
internauta possa usufruir dessa
potência a partir do seu próprio
micro. Mas isso, claro, está longe
da realidade.
Aplicações desse tipo de sistema, conhecido hoje como computação em grade, ainda estão engatinhando, já que contam com
relativamente poucos micros conectados. Mesmo assim, vão desde o entretenimento até projetos
científicos, como a procura de
possíveis curas para o câncer,
busca por inteligência extraterrestre e pesquisa matemática.
Um exemplo é o Gimps, sigla
em inglês para Grande Busca
Mersenne de Números Primos
(www.mersenne.org), que, desde
1996, já conseguiu descobrir 39
novos números primos.
O maior deles tem mais de 4 milhões de dígitos. Essa cifra foi descoberta no PC do americano Michael Cameron, em novembro de
2001, após 45 dias de cálculos. Na
soma total do tempo utilizado pelo compartilhamento de dados, o
Gimps gastou o equivalente a 13
mil anos.
Viabilizar o tempo de execução
de pesquisas científicas é o principal foco dos sistemas distribuídos. Um dos projetos mais conhecidos, o SETI@home (setiathome.berkeley.edu), destinado a
buscar vida inteligente fora da
Terra, analisa sinais captados por
radiotelescópios. O projeto já
usou o equivalente a 800 mil anos
de pesquisa.
O departamento de química da
Universidade Stanford, nos EUA,
organiza o Projeto Folding
(folding.stanford.edu), destinado a simular a dinâmica molecular de proteínas. A busca por uma
cura para o câncer é o objetivo de
um projeto de computação distribuída organizado em conjunto
pela Intel e pela United Devices
(www.grid.org/projects/cancer).
Uma opção mais simples para
participar de um sistema distribuído é o Google Compute, que
pode ser ativado pela barra de ferramentas do Google previamente
instalada no micro.
Como habilitar
Para instalar essa barra, digite
toolbar.google.com e siga as indicações para acoplar a barra de
buscas ao navegador Internet Explorer. Findo o procedimento, clique em Exibir e Barra de Ferramentas e habilite o item Google.
Em seguida, entre no endereço
toolbar.google.com/dc, certifique-se de que seu computador
atenda às exigências listadas na
página, mande um e-mail solicitando sua participação no projeto
de sua preferência e aguarde uma
resposta com as instruções.
Além da economia de tempo,
um sistema distribuído é também
vantajoso na questão financeira,
pois praticamente não exige investimento em hardware.
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