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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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HARDWARE

Logitech iO tem memória para guardar 40 páginas manuscritas e faz conexão com o micro, mas tem limitações

Caneta digital armazena textos do usuário

Divulgação
Logitech iO, que digitaliza escrita manual, mas não reconhece caligrafia


BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das principais tendências tecnológicas na interação entre computador e usuário é o uso de canetas digitais: depois do sucesso dos micros de mão, que geralmente adotam esse método, a Microsoft criou o Tablet PC, prancheta digital que também aceita comandos a caneta.
A caneta digital Logitech iO, que está chegando ao mercado brasileiro, leva a idéia às últimas consequências: funciona independentemente do PC, ou seja, possui uma memória interna capaz de armazenar até 40 páginas manuscritas pelo usuário.
Por isso mesmo, ela não é pequena -como a caneta mede 8 cm de diâmetro e 16 cm de comprimento, carregá-la no bolso da camisa ou da calça pode ser algo incômodo. Apesar do tamanho, a caneta, que escreve com tinta comum, tem formato anatômico, o que facilita seu manuseio por destros e canhotos.
A Logitech iO requer papel especial, que traz uma malha de micropontos pelos quais o sensor da caneta se orienta. Esse papel é caríssimo -um pacote com três cadernos de 40 páginas custa R$ 160.
Utilizar cópias xerográficas do papel especial parece uma saída viável, mas isso faz com que a Logitech iO cometa erros: além de embaralhar os traços do usuário, a caneta vibra intermitentemente, o que dificulta seu controle.
Além disso, como cada página do caderno especial traz um código que indica seu número à caneta, xerocopiar várias vezes a mesma folha faz com que as anotações sejam sobrepostas -a Logitech iO "pensa" que está sempre na mesma folha.
Depois de redigir o texto, que pode incluir desenhos, basta marcar, no papel especial, o quadro correspondente ao tipo de documento -anotação ou e-mail- e assinalar o quadro Done.
Para transferir o documento para o PC, deve-se encaixar a Logitech iO à sua base de conexão, que lembra um tinteiro e se liga ao micro por meio de uma porta USB.
Feito isso, o software da caneta transfere automaticamente todos os documentos gravados na memória da Logitech iO para o computador. Se algum deles for uma mensagem de e-mail, o software abrirá automaticamente o programa de correio do PC.
Os documentos gravados pela caneta são salvos como arquivos de imagem, ou seja, podem ser abertos em qualquer PC.
Como a Logitech iO não reconhece gradações de pressão e gera arquivos monocromáticos, não é boa para desenhar, mas isso não chega a ser inadmissível.
Por outro lado, o aparelho tem um ponto fraco que afeta sensivelmente sua utilidade: não faz reconhecimento de caligrafia, ou seja, as anotações manuscritas não podem ser transformadas em texto datilografado nem editadas em programas como o Word.
Somada ao alto preço da caneta (R$ 1.450; www.belnustec.com.br) e à baixa autonomia de sua bateria, que só permite escrever 25 páginas antes de cada recarga, essa limitação torna a Logitech iO apenas uma curiosidade tecnológica: mesmo que seja a precursora de aparelhos mais poderosos e versáteis, ela não tem relação custo-benefício convincente.


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