São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Subnotebook tem código aberto

Empresa lança, em Creative Commons, desenhos técnicos da estrutura de um laptop de tela pequena

DA REPORTAGEM LOCAL

A VIA Technologies anunciou um novo projeto de subnotebook, licenciado em Creative Commons 3.0, chamado de OpenBook. O desenho original do OpenBook utiliza equipamentos da própria empresa, como o processador VIA C7-M ULV (voltado a ultraportáteis). Ele tem tela de 8,9 polegadas, pode ter até 2 Gbytes de memória, disco rígido ou SSD e é preparado para receber opção de internet via redes 3G e WiMax, além de Wi-Fi e Bluetooth.
O licenciamento em Creative Commons significa que qualquer pessoa ou empresa poderá usar os arquivos que contêm o design da estrutura do notebook para criar e distribuir um aparelho igual ou personalizado, desde que atribua a participação da VIA no projeto e que ele esteja sob uma licença igual ou compatível à do OpenBook (www.viaopenbook.com).
É o chamado hardware aberto, ou open hardware, que segue os preceitos do código aberto, como flexibilidade dos direitos autorais, das cópias e da distribuição. No caso do OpenBook, os desenhos técnicos do "case" (a estrutura, e não as placas e chips) estão disponíveis na rede.
Timothy J. Brown, gerente internacional de marketing da VIA Technologies, disse à Folha que entre os objetivos do OpenBook estão a maior personalização do produto e dar "aos consumidores opções de conectividade à internet e banda larga celular" em um subnotebook de alto desempenho.
Ele considera que o lançamento do projeto da forma como foi feito traz dois grandes benefícios aos desenvolvedores de computadores: custo e tempo. "A VIA tornou muito mais barato e rápido levar ao mercado um produto único. Os desenvolvedores precisam fazer apenas pequenas modificações para entrar em um segmento de mercado de rápido crescimento, o de mininotes."
Ele considera que a variedade de configurações, tanto internas quanto de design, do OpenBook vão expandir as opções no mercado, o que resultará em preço mais baixo. "O produto é tão flexível em termos de conectividade que, teoricamente, telecoms e provedores poderão lançar aparelhos personalizados com subsídio, como acontece com os telefones celulares."

Movimento crescente
Ele acredita que o hardware aberto, um movimento ainda nascente, pode ter um processo colaborativo semelhante ao do software em código aberto.
Mais ousado e aberto, o projeto OpenMoko é a tentativa de fazer um telefone celular com direitos autorais flexíveis. Isso significa que, além de liberados para downloads, os detalhes do hardware, do sistema operacional e do case do portátil podem ser alterados e distribuídos por usuários e desenvolvedores.
Jon Maddog Hall, um dos pioneiros do movimento do software aberto, é usuário de um Neo 1973, o primeiro telefone lançado pela OpenMoko, destinado a desenvolvedores.
O Freerunner, a versão voltado ao usuário final, deve ser lançado ainda neste ano, segundo a empresa.
O telefone tem tela sensível ao toque, sensores de movimento e posição -os acelerômetros- e GPS. A maior crítica é a falta de acessibilidade 3G, pelo menos até agora. O preço planejado é US$ 399. O site do projeto diz que, além da venda on-line e em lojas, a OpenMoko espera fazer acordos com operadoras.
O sistema operacional do OpenMoko também vai enfrentar um adversário baseado em Linux: o Android. Sistema para telefones celulares que deve sair neste ano em aparelhos de empresas diferentes, ele tem por trás um consórcio desenvolvedor capitaneado pelo Google. Alguns aplicativos do sistema apareceram publicamente na semana passada.
(GVB)


Texto Anterior: Console e micro de mão é desenvolvido em colaboração
Próximo Texto: Teste USP: Tradutor tem 10 idiomas e curso de chinês
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.