São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Solidão pode explicar sites, diz psicóloga

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nem todos gostam de maionese. Alguns abominam. E há ainda os que, além de ter aversão, montam um site para expor isso ao mundo. Mas o que leva uma pessoa a gastar tempo, conhecimento e dinheiro na construção de uma página que tem como tema principal o ódio a esse condimento?
Para a psicóloga Luciana Nunes, 36, não é patológico nem terapêutico: é a manifestação do sentimento comum que leva uma pessoa a canalizar seu ódio ou amor a um meio como a internet.
"É aquele sentimento "não estou só" que incentiva o internauta, pois ele compartilha emoções primárias -amor e ódio- com outros", analisa a psicóloga, diretora-executiva do Instituto Psicoinfo, consultório de psicologia on-line especializado em problemas relacionados à internet (www.psicoinfo.com.br).
A profissional compara a construção de páginas de ódio à disseminação de e-mails contendo vírus, entre eles o "I Love You", que também foi uma manifestação de raiva aliada ao poder de destruição.
"Para ser aceito na sociedade, o físico vale mais que o conteúdo intelectual. Na internet, o processo de socialização do ser é exatamente o contrário, em que o intelecto conta mais do que a aparência. Por isso as pessoas se dão a esse trabalho: para mostrar que são capazes", conclui Nunes.
Para o psicólogo André Luiz Alves, 29, o problema poderia ser resolvido com uma ocupação.
"Não podemos radicalizar e dizer que é falta do que fazer, mas quem trabalha, estuda e namora, por exemplo, não tem tempo para fazer esses sites."


Texto Anterior: Internautas derramam emoções na rede
Próximo Texto: Levados pelas ondas da rede
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.