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Solidão pode explicar sites, diz psicóloga
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nem todos gostam de
maionese. Alguns abominam. E há ainda os que, além
de ter aversão, montam um
site para expor isso ao mundo. Mas o que leva uma pessoa a gastar tempo, conhecimento e dinheiro na construção de uma página que
tem como tema principal o
ódio a esse condimento?
Para a psicóloga Luciana
Nunes, 36, não é patológico
nem terapêutico: é a manifestação do sentimento comum que leva uma pessoa a
canalizar seu ódio ou amor a
um meio como a internet.
"É aquele sentimento "não
estou só" que incentiva o internauta, pois ele compartilha emoções primárias
-amor e ódio- com outros", analisa a psicóloga, diretora-executiva do Instituto
Psicoinfo, consultório de
psicologia on-line especializado em problemas relacionados à internet (www.psicoinfo.com.br).
A profissional compara a
construção de páginas de
ódio à disseminação de e-mails contendo vírus, entre
eles o "I Love You", que também foi uma manifestação
de raiva aliada ao poder de
destruição.
"Para ser aceito na sociedade, o físico vale mais que o
conteúdo intelectual. Na internet, o processo de socialização do ser é exatamente o
contrário, em que o intelecto
conta mais do que a aparência. Por isso as pessoas se
dão a esse trabalho: para
mostrar que são capazes",
conclui Nunes.
Para o psicólogo André
Luiz Alves, 29, o problema
poderia ser resolvido com
uma ocupação.
"Não podemos radicalizar
e dizer que é falta do que fazer, mas quem trabalha, estuda e namora, por exemplo,
não tem tempo para fazer esses sites."
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