São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Em carne e osso, MySpace parece estar no Second Life

DO ENVIADO ESPECIAL

Com pôsteres de bandas de rock, tênis All Star nos pés dos funcionários e sala para jogar videogame na hora do estresse, a sede do MySpace nos EUA tem o cenário que se espera para uma empresa moderninha de internet. Mas é tudo tão limpinho, organizado e sorridente, que a impressão é de não se estar em um lugar de verdade, mas na versão de uma empresa alternativa no Second Life.
A empresa fica em um prédio de três andares em Beverly Hills, na Califórnia, cenário de filmes como "Uma Linda Mulher" (nas cenas em que Julia Roberts é maltratada em lojas de grife) e um dos poucos lugares do mundo onde é possível ver um congestionamento com Ferraris e Lamborghinis.
Pelos corredores, pôsteres de ícones da cultura pop, com a banda The Cure, estão emoldurados e instalados nas paredes em simetria perfeita. Os cinco funcionários selecionados para falar com a Folha na visita são muito simpáticos e falam com sorriso constante frases como "é um grande prazer estar aqui" e "trabalhamos muito, mas é muito divertido".
Na área de marketing, um funcionário faz aniversário e ganha bolo e balões coloridos de colegas, que quase não fazem barulho.
Ao lado da fotocopiadora, um bilhete avisa: é preciso ter cuidado com documentos de projetos sigilosos, trancar bem as gavetas e eliminar vestígios. "Um e-mail jogado no lixo pode ser um tesouro", avisa o cartaz.
Há duas salas de relax, que são também usadas para reuniões mais informais. A primeira, e mais concorrida, é a de games, com X-Box, PlayStation e guitarras para jogar Guitar Hero, além de tabelas de basquete.
A outra é uma sala de leitura que parece suíte de motel chique, com decoração avermelhada, luz baixa e luminárias direcionadas para os pufes. Nas baias, ninguém usa gravata. As salas de Chris e Tom ficam no meio da área de produção. Todos são bem-vindos a bater à porta (que freqüentemente está aberta) e dar sugestões para melhorar a empresa.
Amit Kapur, 26, teve promoções sucessivas a partir de suas idéias. Era um funcionário comum da área de negócios em 2005, foi promovido a vice-presidente de negócios em 2006. Em janeiro, subiu na hierarquia da empresa de mil funcionários, e está agora abaixo apenas de Chris e Tom.
Ele diz que uma empresa criativa tem de filtrar idéias. "Temos que inovar sempre, mas é melhor escolher os quatro ou cinco projetos que terão o maior impacto e fazê-los bem, do que fazer cem projetos que podem ter um impacto insignificante", diz.


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