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Em carne e osso, MySpace parece estar no Second Life
DO ENVIADO ESPECIAL
Com pôsteres de bandas
de rock, tênis All Star nos pés
dos funcionários e sala para
jogar videogame na hora do
estresse, a sede do MySpace
nos EUA tem o cenário que
se espera para uma empresa
moderninha de internet.
Mas é tudo tão limpinho, organizado e sorridente, que a
impressão é de não se estar
em um lugar de verdade, mas
na versão de uma empresa
alternativa no Second Life.
A empresa fica em um prédio de três andares em Beverly Hills, na Califórnia, cenário de filmes como "Uma
Linda Mulher" (nas cenas
em que Julia Roberts é maltratada em lojas de grife) e
um dos poucos lugares do
mundo onde é possível ver
um congestionamento com
Ferraris e Lamborghinis.
Pelos corredores, pôsteres
de ícones da cultura pop,
com a banda The Cure, estão
emoldurados e instalados
nas paredes em simetria perfeita. Os cinco funcionários
selecionados para falar com
a Folha na visita são muito
simpáticos e falam com sorriso constante frases como
"é um grande prazer estar
aqui" e "trabalhamos muito,
mas é muito divertido".
Na área de marketing, um
funcionário faz aniversário e
ganha bolo e balões coloridos de colegas, que quase
não fazem barulho.
Ao lado da fotocopiadora,
um bilhete avisa: é preciso
ter cuidado com documentos de projetos sigilosos,
trancar bem as gavetas e eliminar vestígios. "Um e-mail
jogado no lixo pode ser um
tesouro", avisa o cartaz.
Há duas salas de relax, que
são também usadas para
reuniões mais informais. A
primeira, e mais concorrida,
é a de games, com X-Box,
PlayStation e guitarras para
jogar Guitar Hero, além de
tabelas de basquete.
A outra é uma sala de leitura que parece suíte de motel chique, com decoração
avermelhada, luz baixa e luminárias direcionadas para
os pufes. Nas baias, ninguém
usa gravata. As salas de Chris
e Tom ficam no meio da área
de produção. Todos são
bem-vindos a bater à porta
(que freqüentemente está
aberta) e dar sugestões para
melhorar a empresa.
Amit Kapur, 26, teve promoções sucessivas a partir
de suas idéias. Era um funcionário comum da área de
negócios em 2005, foi promovido a vice-presidente de
negócios em 2006. Em janeiro, subiu na hierarquia da
empresa de mil funcionários, e está agora abaixo apenas de Chris e Tom.
Ele diz que uma empresa
criativa tem de filtrar idéias.
"Temos que inovar sempre,
mas é melhor escolher os
quatro ou cinco projetos que
terão o maior impacto e fazê-los bem, do que fazer cem
projetos que podem ter um
impacto insignificante", diz.
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