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reportagem de capa
Empresas se integram à nuvem computacional
DO "NEW YORK TIMES"
Nos últimos tempos, o Vale
do Silício parece não ser capaz
de tirar a cabeça da nuvem. A
ideia, embora seja tipicamente
expressada por meios entremeados de jargões, é na verdade bem simples.
Grandes provedores de serviços na internet, como a Amazon, a Microsoft, o Google e a
AT&T, e menores, como a
Rackspace e a Terremark, procuram convencer outras empresas a desistir de construir e
gerenciar seus próprios centros
de processamento de dados a
fim de que elas passem a usar,
em vez disso, a potência computacional deles.
Volta ao passado
O conceito de alugar potência computacional nos remete
ao passado, aos dias em que as
empresas compartilhavam espaço em um único computador
central com grandes drives de
fita magnética. A indústria de
tecnologia amadureceu a ponto
de agora haver um mercado
massificado emergente para
esse modelo de locação.
Liderada pela Amazon, a
maioria dos serviços em nuvem
vinha se concentrado principalmente nas novas empresas,
como na legião de desenvolvedores de aplicativos para o Facebook e o iPhone, que perceberam a possibilidade de alugar
uma infraestrutura computacional de primeira classe.
Agora, os provedores de nuvem estão tentando trazer esse
tipo de serviço para o mundo
mais conservador e lucrativo
das grandes corporações.
Divulgação
Embora os primeiros passos
na nuvem computacional tenham sido feitos com cautela
pelas grandes empresas, muitas delas estão preocupadas
com a possibilidade de uma rede desse tipo causar falhas e
lentidão no envio dos dados.
Elas também temem que suas
informações confidenciais possam estar vulneráveis em sistemas de outras empresas, que
não estejam sob seu controle.
Para amenizar essas preocupações, provedores como Google e Amazon estão procurando
divulgar seus serviços para
grandes corporações, mesmo
as que sejam eventuais competidoras. A Amazon, por exemplo, vendeu seus serviços de
nuvem computacional para a
rival Netflix, que distribui vídeos on-line ou pelo correio.
Para a Netflix, a mudança faz
sentido. Kevin McEntee, vice-presidente de engenharia da
Netflix, disse que a empresa fez
a mudança a fim de "focar a
descoberta de filmes em vez de
a construção de centros de processamento de dados cada vez
maiores". Sobre a entrega dos
dados a um rival, ele comenta:
"Interessa à Amazon nos fazer
ter sucesso na nuvem. Por isso,
nós nos sentimos tranquilos".
Além de usar os serviços de
processamento de dados da
Amazon, suas clientes têm usado o parque computacional da
empresa como um sistema de
backup, para segurança dos dados ou para administrar panes
inesperadas oriundas de alta
demanda computacional.
Em um outro modelo de nuvem computacional, defendido
por VMware e IBM, as empresas de tecnologia ajudam as
grandes corporações a desenvolver "nuvens particulares"
em seus próprios centros de
processamento de dados, a fim
de que vários departamentos e
funcionários sejam capazes de
alugar potência computacional
conforme for necessário sem
que grandes comprometimentos orçamentários sejam feitos.
Ganhos
Embora a Amazon revele
poucos dados sobre as operações da Web Services (seu braço na nuvem), o Citibank estima que a subsidiária irá gerar
entre US$ 500 milhões e US$
700 milhões neste ano, o que
equivale a menos de 3% do rendimento anual da Amazon.
Ainda assim, Jeffrey Bezos,
diretor-executivo da Amazon,
prevê que o seu departamento
de nuvem computacional irá
um dia gerar tanto quanto hoje
geram os negócios no varejo.
Mas, para isso acontecer, os
provedores de nuvem terão de
convencer as grandes empresas
de suas vantagens.
Cautela
Hoje em dia, quase todas as
grandes empresas realizam testes cautelosos de seus produtos. O conglomerado 3M, com
sede em St. Paul (Minnesota),
está usando o novo serviço de
nuvem Azure da Microsoft a
fim de permitir que anunciantes se conectem a um serviço
capaz de matematicamente
analisar imagens publicitárias
e avaliar quão eficiente elas
tendem a ser. "Isso diminui
bastante o risco de comercializá-las ou não", disse Jim Graham, gerente técnico da 3M.
A maioria das grandes organizações, no entanto, se diz receosa quanto à inserção de softwares e operações administrativas mais importantes em
computadores de uma outra
empresa.
"Não somos diferentes das
outras pessoas. Estamos preocupados com a privacidade, a
segurança e as normas envolvidas nisso", disse Dave Powers,
engenheiro de sistemas sênior
da Eli Lilly, gigante da indústria
farmacêutica que usa os serviços de nuvem da Amazon para
algumas pesquisas e tentativas
na área de desenvolvimento.
"Temos muito cuidado com o
que enviamos para lá."
Tradução de
FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
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