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reportagem de capa
Provedores nacionais têm pacotes multimídia
EQUILÍBRIO Operadoras não podem restringir serviços, afirma agência oficial
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais cedo ou mais tarde, as
tendências tecnológicas dos
EUA acabam influenciando o
mercado internacional. No
Brasil, especificamente, a neutralidade da rede não é tema de
discussão -ao menos por ora.
Desde o ano passado, alguns
dos principais provedores de
acesso do país caminham em
direção à oferta de serviços em
várias áreas ao mesmo tempo.
A operadora Net, que é ligada
à Globo, vende TV por assinatura, acesso rápido à internet e
permite aos seus assinantes fazer ligações telefônicas por
meio de uma parceria com a
Embratel. Esse caminho é parecido com o trilhado pela TVA,
do Grupo Abril, que oferece a
mesma cesta de produtos.
Recentemente, a Telefônica,
concessionária de telefonia fixa
do Estado de São Paulo, que
vende acesso à internet via
banda larga e é ligada ao portal
Terra, revelou planos de ingressar no mercado televisivo.
A empresa quer transmitir programação paga via satélite e
também via IPTV (TV via internet). Até 2007, Telemar e
Brasil Telecom também deverão investir no setor.
Dessa forma é presumível
que mesmo com investimentos
na infra-estrutura da internet
em território nacional, que ainda é limitada, os provedores
precisarão apelar para técnicas
de discriminação de conteúdo
que forçariam os consumidores
a adotar novos planos.
Procurados pela Folha para
comentar a questão da neutralidade, os três principais provedores de acesso de São Paulo,
por meio de suas assessorias de
imprensa, negaram os pedidos
de entrevista ou disseram não
ter um representante para comentar sobre o assunto.
Regulamentação
Apesar da gula das empresas
de telecomunicação presentes
no Brasil, o governo estabelece
limites contra o monopólio.
Segundo a Agência Nacional
de Telecomunicações (www.
anatel.gov.br), uma mesma
empresa não pode prover serviços de conteúdo e de acesso.
Dessa forma, um grupo pode
ter operações nas duas áreas,
mas precisa garantir o acesso
completo aos concorrentes
sem beneficiar seus sócios.
No ano passado, a Anatel divulgou nota esclarecendo que
as "prestadoras de serviço de
comunicação multimídia não
podem impor restrições à
transmissão de nenhum tipo
de sinal". A orientação vale para o conteúdo em áudio, em vídeo e para dados.
(JB)
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