São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2005

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AVALIAÇÃO

Leia teste exclusivo do HP dc7600, primeiro micro do Brasil com o Pentium D, que tem dois núcleos de processamento

Chip duplo só mostra força em multitarefa

BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não parece, mas o avanço dos microprocessadores tem sido lento. Em 2002, a Intel lançou um Pentium 4 com freqüência de comutação (clock) de 3 GHz, o que na época foi um marco tecnológico. Hoje, três anos depois, o processador Pentium D, que é o mais sofisticado do mercado brasileiro e foi testado em primeira mão pela Folha, opera nos mesmos 3 GHz. Então o que mudou?
A diferença é que, dentro do Pentium D, existem dois processadores. Esse tipo de chip, que se chama dual core (núcleo duplo), é a grande tendência do mercado. Como não querem ou não conseguem elevar a freqüência de seus processadores, Intel, AMD e IBM apostam tudo nos chips múltiplos: enquanto a AMD já vende seu Athlon 64 X2, a IBM equipará com chips toda a próxima geração de videogames, que deve exceder 100 milhões de aparelhos.
Mas o Pentium D é o primeiro dual core a chegar oficialmente ao Brasil: na semana passada, Dell e HP lançaram micros com ele. A reportagem testou o HP dc7600, que veio com processador Pentium D de 3 GHz e 1 Gbyte de RAM -é o mínimo necessário para que um chip dual core possa operar sem restrições.

Desempenho
Em performance, o dc7600 mostrou o seguinte: ter um processador dual core só faz diferença quando o micro é usado para fazer várias coisas ao mesmo tempo. No teste de multitarefa, o segundo núcleo do Pentium D proporcionou aceleração de aproximadamente 30% -longe dos 100% que um leigo poderia esperar, mas um progresso aceitável.
Além disso, o Pentium D proporciona "elasticidade", ou seja, o PC não fica lento quando você inicia uma tarefa pesada, como a conversão de um vídeo, pois a carga de processamento é balanceada entre os dois núcleos. Com mais de um software rodando, o dual core faz diferença.
Nos dois outros testes, que foram monotarefa, o chip não foi tão bem, obtendo meros 10% a 15% de ganho em relação a um Pentium 4 single core de 3 GHz.
Mesmo tendo demonstrado, ao menos por enquanto, um ganho de performance aquém do revolucionário, os chips dual core são altamente desejáveis, pois tornam o PC verdadeiramente multitarefa. Se você precisa de potência, considere um Pentium D ou Athlon 64 X2 para seu próximo micro. Vale lembrar que o Pentium D não é o dual core topo de linha da Intel: esse papel cabe ao Pentium EE, em que o recurso Hyper Threading está ativo.

Bonito, mas problemático
Como máquina, o HP dc7600 apresenta severas limitações. Ele oferece dois slots PCI e um PCI Express x16 (para instalar uma placa de vídeo, pois a aceleradora on-board é uma Intel GMA950, bem fraca), mas seu belo gabinete cria um problema. Só comporta placas de perfil baixo.
Ou seja: as placas PCI comuns, com espelho (estrutura de fixação) de aproximadamente 12 cm, não cabem. A HP remedia a situação vendendo componentes compatíveis (a partir de R$ 330 para uma placa de vídeo).
O micro veio com Windows de 32 bits, mas o processador aceita 64 bits. A HP afirma que fez isso porque o sistema de 64 bits ainda não foi traduzido para o português, mas há outro motivo: embora aceite os softwares atuais, o Windows de 64 bits requer novos drivers -programas adaptadores-, que não estão disponíveis para a maioria dos periféricos.


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