DA ASSOCIATED PRESS

Na véspera do Ano Novo, Erika Gunderson pegou um táxi em Nova York para mergulhar em um mistério da era digital. No banco de trás, havia uma câmera digital Canon. O motorista não pareceu se importar, e Gunderson inciou um périplo para encontrar o dono. Depois das medidas óbvias, de anúncios em jornais e sites, ela e o noivo passaram a investigar as imagens. Nas 350 fotos e nos dois vídeos apareciam vários adultos, uma senhora de idade e três crianças.
Uma foto mostrava um porteiro ajudando alguém a entrar em um táxi de Nova York. Dando um zoom no uniforme do porteiro, conseguiram identificar o logotipo do hotel.
Acabaram convencendo um funcionário a realizar uma busca nos registros usando os primeiros nomes (que apareciam em camisetas nas fotos) e o país de origem (a Irlanda, a julgar pelo sotaque dos turistas nos vídeos).
E, de fato, um Noel da Irlanda havia se hospedado ali na data estampada na foto. Conseguiram o e-mail do hóspede. Tudo estaria terminado, não fosse o fato de o Noel que respondeu dizer não ter perdido nenhuma câmera. Outra foto chamou a atenção: duas pessoas do lado de fora de um prédio de apartamentos; em um toldo, ao fundo, a palavra "Standings", nome de um bar na cidade.
Procuraram o dono do bar, que alcançou o barman que havia trabalhado no dia 30 de dezembro. Sim, ele se lembrava de um grupo de irlandeses. Especialmente porque uma das mulheres tinha dado uma generosa gorjeta e dito trabalhar em um outro bar de Nova York, o Playwrights. O barman do Standings telefonou para o Playwrights a fim de descobrir quais funcionários do local haviam estado no bar dele.
Logo chegou um e-mail de Sarah Casey, cuja irmã Jeanette trabalha naquele estabelecimento. De repente, tudo o que tinha sido visto nas fotos da câmera ganhava vida. A família Casey havia recebido recentemente parentes e amigos da Irlanda. Do grupo fazia parte Alan Murphy, um amigo que perdera a câmera na véspera do Natal. No fim, a máquina foi enviada para ele na Austrália, para onde havia se mudado.