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TESTE USP
De baixo custo, sistema é graficamente semelhante ao Windows; falta suporte a winmodem
Freedows ajuda a ir para o Linux
RENATA PONTIN M. FORTES
MARCO AURÉLIO GRACIOTTO SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
O Freedows Professional é a primeira distribuição Linux, lançada
recentemente, desenvolvida pelo
Freedows Consortium (Cobra
Tecnologia, Free Software e Abrasol). Seu alvo é o público de usuários do sistema Windows que desejam migrar para o Linux da maneira mais suave possível.
Suas vantagens são o custo baixo de cada licença (R$ 150) e a semelhança com o Windows. O pacote de aplicativos inclui programas de escritório (editor de texto,
planilhas, apresentações e gráficos), multimídia (áudio e visualização de vídeo) e internet (navegador e programas de mensagem
instantânea).
Os requisitos mínimos de instalação são um computador Pentium ou compatível, com 192
Mbytes de memória RAM e 3
Gbytes de espaço livre (preferencialmente não particionado) no
disco rígido. Recomenda-se, no
entanto, a utilização de computadores com CPUs mais rápidas
(Athlon e Pentium 4) e um pouco
mais de memória disponível (256
Mbytes de RAM e 5 Gbytes de espaço livre no disco rígido).
A gama de placas e impressoras
suportadas é ampla, mas os winmodens (que vêm incluídos na
placa-mãe) não são suportados.
Portanto, usuários que dependem
desse recurso (winmodems) devem estar cientes disso.
A instalação do Freedows é rápida e descomplicada. É dividida
em poucos passos, sempre acompanhados de ajuda na tela. Além
disso, o manual esclarece eventuais dificuldades comuns na instalação e pontos críticos, como o
particionamento do disco.
Como era de se esperar, o programa de instalação está praticamente todo em português, com
poucos erros de ortografia (há
mensagens de erro em inglês em
algumas caixas de mensagem).
A detecção de hardware funciona razoavelmente: o som e o vídeo
foram corretamente configurados, mas os parâmetros do monitor utilizado (AOC 7VlrA) não foram obtidos automaticamente.
Usuários acostumados a escolher programas para instalação
vão estranhar a ausência dessa
opção: todos os programas disponíveis são instalados, justificando
assim o espaço mínimo de 3
Gbytes exigido no disco rígido.
Instalação
Após a instalação e a reinicialização do computador, o Freedows apresenta uma tela de inicialização personalizada, escondendo do usuário detalhes do carregamento do kernel e serviços,
agora representados por uma
barra de progresso simples.
Após algumas configurações
iniciais ainda referentes à instalação (hora do sistema, criação de
contas de usuário), surge a tela de
entrada, que lembra muito a do
Windows XP. As semelhanças
não param aí. Após entrar no sistema, é apresentado ao usuário
um ambiente gráfico praticamente idêntico ao do Windows: a barra de tarefas na parte inferior, o
menu, os ícones, o fundo de tela e
o nome das pastas do usuário
(Meus Documentos, Minhas
Imagens etc.).
É bem provável que um usuário
desatento não perceba a diferença
entre as interfaces.
O conjunto de programas disponíveis é pequeno, mas é suficiente para as operações do dia-a-dia. Os programas instalados são
versões do OpenOffice (pacote de
programas para escritório), Gaim
(ICQ, MSN), Evolution (e-mail),
XMMS (som) e Xine (vídeo) personalizados para o Freedows.
Aparentemente, tentou-se
manter um paralelo entre os programas disponíveis no conjunto
Microsoft Windows e Office, visando facilitar a migração do
Windows para o sistema Linux.
Algumas ausências, no entanto,
são notáveis: programas para gravar CDs, por exemplo (a documentação do Freedows destaca
que eles estão disponíveis no site
da empresa, mas, até o final dos
testes, não existia nenhum software disponível por esse meio).
Caso seja considerada insuficiente a semelhança com o sistema da Microsoft, a versão Professional do Freedows ainda oferece
o CrossOver Office.
É um software que permite que
programas Windows sejam usados no Linux: caso do navegador
Internet Explorer, do Microsoft
Office e do Dreamweaver MX.
Até mesmo alguns jogos podem
ser instalados por ele. Nos testes,
foram instalados o Internet Explorer e alguns plug-ins (Shockwave). Ambos funcionaram sem
problemas e foram totalmente integrados ao sistema.
Configurar uma nova impressora não foi uma tarefa difícil: até
esse procedimento é semelhante
ao Windows. Existe o painel de
controle, por onde é possível ajustar diversos parâmetros do sistema completo, mas ainda são necessários alguns ajustes.
Em um dos testes realizados, as
alterações de configuração de rede local não surtiam efeito e foi
necessário recorrer ao bom e velho console para corrigir o problema. Um recurso que ganhou visibilidade recentemente, o Windows Update, também encontra
seu paralelo no Freedows: o Update Agent. Infelizmente, esse serviço não parece estar funcionamento corretamente. Portanto,
não foi possível realizar as atualizações oferecidas pelo mesmo.
O suporte técnico do Freedows
pode ser contactado por e-mail,
pelo site da empresa ou por telefonema gratuito (0800). Durante os
testes, utilizou-se o suporte via telefone, e o atendimento foi satisfatório. A empresa promete retornar a resposta para qualquer problema, que não é imediatamente
solucionada pelo suporte (em 48
horas, um prazo bem razoável).
Um ponto ainda a ser esclarecido do Freedows é sobre a disponibilidade do código-fonte dos programas distribuídos.
O ponto forte do sistema Linux
e de outros softwares livres é a disponibilidade desses códigos. Até
o presente momento, os usuários
do Freedows não foram informados do procedimento para obtê-los. Espera-se que a empresa corrija rapidamente esse problema,
que fere a licença dos vários programas que ela utiliza.
RENATA PONTIN DE MATTOS FORTES
é professora-doutora e pesquisadora do
Departamento de Computação e Estatística do ICMC-USP.
MARCO AURÉLIO
GRACIOTTO SILVA é mestrando em
computação do ICMC-USP.
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