São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

reportagem de capa

DJs apontam vantagens de programas

PRATICIDADE >> Criar novas faixas a partir da mistura de músicas e fazer edição em tempo real são alguns dos pontos positivos

Apu Gomes/Folha Imagem
O DJ Daniel Guarda usa o programa Traktor para fazer mixagens durante discotecagem no bar Sonique, em São Paulo

DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Gil Barbara é DJ há mais de 20 anos. Quando começou a discotecar profissionalmente, usava discos no formato vinil. Depois, mudou para CD. De uns tempos para cá, experimenta programas que ajudam na mixagem de músicas.
Ableton Live, Traktor e Serato Scratch Live são apenas algumas das opções que DJs profissionais e amadores encontram para tocar suas seleções de música. A maioria desses programas permite gravar, editar e processar áudio e ainda serve como suporte para apresentações ao vivo.
"[A principal vantagem] é a possibilidade de criar novas músicas usando elementos de várias faixas, criando camadas sonoras bem coloridas", diz Barbara, que é um dos editores do Rraul (rraurl.com) e costuma tocar em clubes como Vegas e Glória, em São Paulo.
Victor A. (www.myspace.com/rotciv1978), que discoteca desde 1996, afirma que a facilidade de produzir, remixar, fazer sets e re-edits são as principais vantagens do Ableton Live. "O programa também possibilita certas técnicas que o método normal não permite, como mixagem de várias faixas ou loops simultâneos e edição em tempo real", diz o DJ, que também atua como produtor sob a alcunha de Rotciv, fazendo faixas para DJs de house.
O sueco Ola Persson (soundcloud.com/imthemachine) escolheu o Ableton Live quando começou a discotecar, há um ano. "Sendo um geek, procurei diferentes abordagens. O Ableton pareceu combinar comigo, pois é um bom programa também para produzir", diz o DJ que faz mashups de electro, funk e hip hop.
Ele enaltece, também, a mistura de estilos. "Posso diminuir uma faixa enquanto derrubo o baixo de outra, por exemplo. Tudo pode ser quantificado, então você pode se concentrar em outras coisas além do batimento das músicas."
Para Ícaro Matias (www.golarrole.com), que costuma tocar disco e house, programas desse tipo tornam a mixagem mais precisa e ainda contribuem para a praticidade, uma vez que a aparelhagem necessária é compacta e móvel. "Sem falar na possibilidade de montar várias bibliotecas e visualizar o conteúdo facilmente."

Desvantagens
A vantagem apontada por um vira desvantagem aos olhos de outro. Para Barbara, tocar com programas implica carregar laptop, suporte, interface de áudio, "cabos e mais cabos". "Toda uma tralha", resume.
Victor A. discorda. "Não vejo desvantagem alguma. Talvez as pessoas que estejam vendo achem menos interativo para o DJ em comparação ao método "normal" de discotecagem, com toca-discos ou toca-CDs."
E é essa não interação tradicional que incomoda Persson. "Ficar olhando para a tela de um computador não parece tão legal quanto ver alguém tocar com um aparelho. Por isso estou considerando adicionar um DVS (sistema digital de vinil, da sigla em inglês). Tanto para fazer scratches quanto pela aparência e pela interface, que permitem maiores interações."


Texto Anterior: Canal aberto - José Antonio Ramalho: Conheça programa que recupera arquivos eliminados por engano
Próximo Texto: Entenda alguns termos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.