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a favor
Para defensores, lei é para punir criminoso, não usuário comum
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo seus defensores, o
PL 84/99 (Projeto de Lei nº
84 de 1999), conhecido como
Lei Azeredo, tem como alvo
poucas centenas de criminosos, e não os milhões de pessoas que fazem uso legítimo
de seus computadores.
O projeto modifica cinco
leis brasileiras e tipifica 13 delitos, entre eles difusão de vírus, guarda de material com
pornografia infantil, roubo de
senhas, estelionato eletrônico, clonagem de cartões e celulares e racismo praticado
pela internet.
Partidários da lei temem
que, se ela não for aprovada,
infrações que não estão previstas pela legislação atual seguirão impunes.
Os defensores da Lei Azeredo também refutam as acusações de que o projeto seria
uma ameaça à liberdade e à
privacidade na rede. Afirmam, ainda, que ela nada tem
a ver com a questão de direitos autorais -uma das alegações mais frequentes dos detratores.
"Os que insistem nessa
questão estão agindo de má
fé", afirmou à Folha o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autor do texto substitutivo que aglutina três projetos
de lei contra crimes de informática.
Aprovado por unanimidade no Senado, em julho de
2008, com parecer de 23
emendas consensuais propostas pelo líder do PT, senador Aloizio Mercadante, o
projeto tramita na Câmara e
pode ser votado ainda nesta
semana. De lá, seguirá para
sanção do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que recentemente chamou o projeto de "censura".
Como o texto do projeto já
foi examinado por ambas as
Casas, não pode sofrer mais
alterações -a única possibilidade é a retirada de trechos.
Essa medida é dada como
certa pelo deputado federal
Julio Semeghini (PSDB-SP),
relator do projeto na Câmara.
Na quarta-feira passada,
em uma longa reunião em
Brasília, foi acordada a supressão de pontos que poderiam permitir interpretação
dúbia, como os que caracterizam o acesso não autorizado
a sistemas informatizados e a
difusão de código malicioso.
Esses assuntos serão tratados
posteriormente em um novo
projeto complementar, afirma Semeghini.
Os presentes à reunião não
chegaram a um consenso
quanto à obrigatoriedade dos
provedores de internet de
manterem os registros de
acesso, questão que deve ser
discutida novamente antes
de a lei seguir para a sanção.
Segundo José Henrique
Portugal, assessor técnico de
Azeredo, as críticas ao projeto partem de "pessoas que
não entendem de tecnologia
nem de direito". Para ele, o
Brasil está ficando para trás
no combate aos crimes digitais.
(RC)
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