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Filtros na internet produzem mundo artificial, afirma professor de direito
DA REPORTAGEM LOCAL
Controlar a internet é uma
tarefa difícil, pois ela é baseada
em múltiplos protocolos de comunicação. Mas impor restrições, bloqueando acesso a sites,
é uma tarefa menos complexa.
"Há países, como Síria, Irã e
China, que filtram conteúdo,
sites e até o que aparece nas
buscas feitas por mecanismos",
afirma Pedro Paranaguá, professor de direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e mestre
em propriedade intelectual pela Universidade de Londres.
"Isso tudo acaba por mostrar
meias-verdades, um mundo artificial, que não corresponde à
realidade. Além disso, cerceia a
liberdade de expressão das pessoas e o acesso à informação."
Ele afirma que a internet deve ser livre. "Não que seja uma
terra de ninguém. Mas devemos ter a liberdade de acessar o
que quisermos. De nos manifestar, de expressar nossa opinião. De ter acesso imparcial,
sem filtros. E até de ter acesso
anônimo, se quisermos."
Direitos autorais
Em relação aos direitos autorais na internet, Paranaguá
afirma que, em certos casos,
eles vão na contramão do avanço tecnológico. "Hoje em dia, os
mecanismos de troca de arquivos digitais, como as redes ponto a ponto (P2P), podem gerar
rios de dinheiro para a indústria e para os autores, além de
beneficiar seus consumidores."
Entre as opções para reverter
a situação, estaria a oferta de
produtos personalizados. "Poder-se-ia cobrar, por exemplo,
um valor fixo para quem acessa
banda larga e liberar o down-
load ilimitado de tudo, desde
que o consumidor ateste que
irá usar o serviço para baixar
conteúdo protegido por direitos autorais. Isso é uma oportunidade e tanto."
(DA)
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