São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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reportagem de capa

Câmera retrô traz recursos de profissional

IMPACTO VISUAL >> Fabricantes revivem aparência antiga, que ajuda a aproximar da alta tecnologia os consumidores leigos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alguns dos mais inovadores lançamentos do mercado fotográfico chamam a atenção pelo seu visual retrô. Nos últimos meses, equipamentos como Canon G10, Lumix LX3, Samsung WB550, Nikon P6000 e Olympus E-P1 trouxeram à tona a nostalgia de um design mais clássico -combinado com recursos que até há pouco só eram encontrados em câmeras profissionais.
Nessa onda entraram adeptos de duas tribos: primeiro os apaixonados por tudo que remete a tempos antigos e, depois, consumidores que veem nessas compactas avançadas a oportunidade de tirar boas fotos sem precisar carregar pesados equipamentos.

Recursos
"No meu trabalho, eu utilizo câmeras dSLR, mas, nos momentos de lazer, eu prefiro carregar no bolso a minha Canon G10, que acaba cumprindo muito bem o papel de tirar fotos com qualidade, sem ser tão pesada de transportar", diz o fotógrafo profissional Fernando Siqueira.
"Até mesmo em situações de trabalho, como nas aulas de foto de moda que eu ministro, eu já levei a G10 e ela cumpriu bem o seu papel", conta.
Entre alguns dos pontos positivos destacados por Siqueira, está a proximidade de comandos encontrados nas câmeras profissionais e nas compactas avançadas.
"Ela tem praticamente os mesmos comandos que uma câmera profissional, além de oferecer um resultado muito satisfatório para um equipamento deste tamanho", analisa.
"Gosto tanto desse tipo de coisa que já encomendei uma Olympus E-P1, que deve chegar dos EUA em 15 dias", comemora ele, que investiu mais de US$ 800 gastos na compra.

Arma de sedução
Para a professora de design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) Denise Dantas, essa volta ao passado tem explicações claras. "Em se tratando de tecnologia, o que se vê nesse mercado é que os equipamentos são todos muito parecidos", comenta ela.
"A maioria das câmeras é prateada, com botões nos mesmos lugares, diferenciando-se apenas pela quantidade de Mpixels, alcance do zoom ou alguma outra funcionalidade. Essa busca por diferenciação por meio da tecnologia acabou afastando o usuário comum, que ficou com medo de não saber usar tudo que é oferecido."
Segundo Dantas, ao buscar esse visual retrô, os fabricantes conseguiram reaproximar o consumidor dos equipamentos. "Ao se apresentar com essa imagem de antigo, as pessoas tendem a achar que já têm familiaridade com aquele produto e por isso saberiam manuseá-lo sem problemas", arrisca a professora.
"Isso arrebanha consumidores que poderiam recusar um produto apenas por achar que ele é moderno demais, mas também acaba atraindo jovens com uma vivência cultural mais ampla, que conseguem identificar um produto de alta tecnologia camuflado sob uma carcaça de produto velho."
(GAVROCHE FUKUMA)


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