São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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O perigo aumenta

Ameaças estão espalhadas pela internet; spams surfam na obamania e nos problemas causados pela crise econômica

Samuel Casal


GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pessoa linda, mas que você não conhece, manda fotos íntimas por e-mail. Mas, antes de abrir as imagens, é preciso acertar as condições, pela internet, para receber parte da herança milionária de um nigeriano -também desconhecido- que escolheu você para dividir a bolada.
O cenário é de ficção, mas é assim que agem os spammers: apelando para emoções, desejos, curiosidades.
Além de temas genéricos, os bandoleiros virtuais valem-se da agenda pública para tentar enganar o internauta.
Não foi por acaso que, no terceiro semestre deste ano, o número de mensagens não-solicitadas sobre as eleições norte-americanas superou os 100 milhões -diariamente, nos EUA.
E o candidato que venceu, Barack Obama, também viu seu nome ser mais usado como isca para internautas desprevenidos: 80% desses spams continham referência a ele, segundo a Secure Computing.
O objetivo é fazer com que o internauta clique em links que comprometerão o micro para roubar informações.
O pior é que os criminosos on-line se organizam em redes cada vez mais profissionais, que trocam dados e até vendem redes de PCs-zumbis.
A empresa de segurança Trend Micro calcula que o número de vírus criados por hora deve ser multiplicado em quase 20 vezes até 2015 -para 15 mil/hora. Já a Sophos detectou oito vezes mais spams no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.
Os crimes que usam a rede não acontecem só por e-mail. O inimigo cria estratégias para usar redes sociais, mensageiros instantâneos e até arquivos de música para a invasão.
Inimigo que, de acordo com relatório de segurança anual da Microsoft, é comum nos PCs brasileiros. O Brasil é um dos países mais afetados do mundo, segundo estudo divulgado na semana passada. Djalma Andrade, gerente de segurança da empresa, afirma que grande parte desses computadores são máquinas domésticas, que podem estar sendo devassadas.
Os números assustam, mas não significam que todo internauta será vítima. Existem, basicamente, dois níveis de proteção, que se complementam: a adoção de hábitos saudáveis de navegação e a relacionada aos softwares -atualização constante e proteção de programas como antivírus -que podem ser gratuitos.
Nesta edição, veja como se defender e saiba como os criminosos agem na rede.

36%
dos usuários de computadores temem receber um vírus eletrônico em suas máquinas; o segundo maior motivo de preocupação é em relação à privacidade, segundo pesquisa global com internautas realizada pela BitDefender e divulgada na semana passada


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