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televisão
Interatividade atrai, mas deixa dúvidas
FUTURO JÁ Em experiências nos Estados Unidos, telespectadores ganham mais poder sobre a programação e o noticiário
DO "NEW YORK TIMES"
As promessas ambiciosas sobre um futuro de interatividade
circularam por décadas antes
de desaparecerem há alguns
anos. Mas, hoje, mais de 25 milhões de lares nos Estados Unidos podem ter em casa uma TV
que se aproxima do sonho dos
canais feitos sob encomenda.
A Time Warner, por exemplo, tem um grupo de 160 mil
assinantes que fazem parte de
uma experiência, convivendo
com algo capaz de se transformar na TV do futuro: interatividade total. Os participantes não
apenas escolhem quando desejam assistir a certos programas
mas também como esses programas vão aparecer no televisor -quais notícias serão apresentadas, com que profundidade, e quais serão puladas.
Quem estiver assistindo aos
canais CNN ou CNBC pode optar por ver vídeos curtos sobre
matérias noticiosas ou dados
sobre o mercado, como se estivesse navegando em um site.
Outros projetos também entregam mais poder ao público.
Os amantes de esportes que
assinam o canal DirectTV podem programar a TV para avisar quando há notícias sobre
seus atletas prediletos.
Os usuários de antenas parabólicas de 12 Estados norte-americanos conseguem apostar nas corridas de cavalo sem
precisar sair de suas poltronas.
E alguns assinantes da Time
Warner podem votar em seus
preferidos para vencer um programa de "reality show", com
um toque de botão.
Nos próximos meses, o ESPN
iZone permitirá que os assinantes da Dish Network vejam
as notícias sobre esporte quando desejarem, em vez de terem
de esperar até o "Sports Center" entrar no ar. E o Disney
Channel Game Zone oferecerá
às crianças jogos eletrônicos e
diversões baseadas em personagens dos desenhos.
Ainda assim, há muitos obstáculos a serem superados antes de esses novos atrativos tornarem-se a regra.
Em 1994, a Full Service Network, da Time Warner, chegou
a Orlando (Flórida) com a promessa de passar filmes encomendados, possibilitar a realização de compras por meio da
TV e disponibilizar jogos interessantes.
Mas essa experiência de interatividade não gerou um impacto muito maior do que tentativas mais antigas. E outros
que se aventuraram nessa seara
-como a Wink, a WebTV, a
AOLTV e a Tele-TV- tampouco obtiveram muito sucesso.
Como resultado, as pessoas
começaram, logicamente, a ficar cada vez mais desconfiadas
da promessa de que algum dia
elas e suas televisões poderiam
conversar entre si.
O público tornou-se mais
acostumado à dinâmica participativa da internet, onde pode
satisfazer seu desejo por mais
fatos e imagens de um programa, debater os enredos dramáticos ou inventar o futuro de
seus personagens preferidos.
As novidades tecnológicas
podem transferir algumas dessas atividades das telas dos
computadores para as telas das
TVs. Telespectadores de programas como "Who Wants to
Be a Millionaire" ("Quem Quer
Ser Milionário"), que hoje participam da disputa por meio de
seus computadores, poderão
fazê-lo por meio de seus controles remotos.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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