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GAMES
Conhecidas como LAN houses, lojas oferecem PCs interconectados para que várias pessoas disputem partidas simultaneamente
Casas de jogos em rede atraem aficionados
FERNANDA ÂNGELO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com uma mãozinha das cada
vez mais populares LAN houses
-casas de jogos com micros de
alta performance ligados em rede-, os games multijogador caíram no gosto dos brasileiros.
As LAN houses proporcionam
interação entre os competidores e
geram um clima diferente de
quando se joga em casa, contra
um computador ou mesmo contra um adversário na internet.
O conceito de LAN house chegou ao Brasil em 1998 pelas mãos
do empresário Sunami Chun,
fundador de uma das redes de
LAN houses mais conhecidas, a
Monkey, que tem 58 lojas em 11
Estados. Durante uma viagem de
estudos à Coréia do Sul, Chun
percebeu a "febre" das LAN houses. Em Seul, chegou a presenciar
a existência de até seis lojas em
uma mesma quadra. Todas
cheias. No Brasil, estima-se que
existam hoje 3.000 LAN houses,
cerca de 50% delas instaladas na
Grande São Paulo.
A maior parte da clientela dessas casas é composta de jovens de
14 a 28 anos, em sua maioria
(91%) homens das classes sociais
A e B. Eles passam cerca de duas
horas, duas ou três vezes por semana, em frente aos computadores das casas, segundo o diretor da
Monkey, Lino Pereira.
De acordo com ele, entre as 12h
e as 17h os clientes são quase todos adolescentes de 14 a 17 anos
de idade. Para evitar que essa
clientela -quase toda formada
por estudantes- mate aula para
jogar, o diretor disse que a Monkey tem um software que gerencia
os horários de cada um.
"Eles não conseguem jogar no
horário em que deveriam estar na
escola." Depois das 17h, o cenário
das LANs vai ganhando um ar
mais maduro. Jogadores mais velhos começam a se juntar aos adolescentes. "Os mais velhos começam a chegar depois desse horário", conta Pereira.
Fliperama
Há os que se referem às LAN
houses como "casas modernas de
fliperama", o que remete a um lugar escuro onde os jogadores ficam encobertos por nuvens de fumaça de cigarros e a venda de bebidas alcoólicas é liberada.
Existem casas nas quais, além
de tudo isso, ainda "rolam drogas", como disse um garoto de 14
anos que pediu para não ser identificado.
Há, no entanto, LAN houses
maiores e mais bem estruturadas,
como a Just4Fun e as lojas da própria Monkey, que proíbem o cigarro e as bebidas alcoólicas.
Além disso, as lojas mais organizadas proíbem a entrada de menores de 18 anos depois das 22h.
Segundo os jogadores, as LAN
houses são um ótimo local para
fazer novas amizades. "São as
mesmas pessoas todos os dias.
Você mata uma delas [no jogo] e
depois acaba indo bater um papo
com ela", diz Renato Alves, 28,
que passa muitas tardes jogando.
Os valores cobrados pelas LANs
variam de acordo com os dias da
semana e os horários. Há promoções: algumas casas cobram um
preço menor daqueles que varam
a madrugada jogando, por exemplo. Mas, de modo geral, paga-se
em média R$ 3 por hora.
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