São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

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Games para um mundo melhor

Reprodução
Cena do jogo A Force More Powerful


THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um avião de carga sobrevoa a fictícia ilha de Sheylan para distribuir alimentos à população miserável. Eis o mote de Food Force (www.food-force.com), game humanitário gratuito da ONU e que, em um ano, foi baixado mais de 4 milhões de vezes.
O jogo é um dos símbolos de um gênero que, nos EUA, é chamado de serious games ou jogos sérios, cujos objetivos vão além da diversão.
Associados à violência ou vistos como mera diversão, eles mostram que também servem de ferramentas úteis para a sociedade, algo promissor se considerada a abrangência do passatempo: em 2005, 69% dos norte-americanos jogaram games, segundo a Entertainment Software Association (www.theesa.com).
Esses jogos estão sendo usados para ajudar na recuperação de pacientes, educar crianças e até mesmo para levar a paz ao Oriente Médio (como em A Force More Powerful, que traz à tona maneiras de resolver conflitos sem usar violência).
O negócio despertou o interesse até da Nasa, que desenvolveu o SpaceStationSim, simulador em que o jogador tem a missão de construir e de gerenciar uma estação espacial.

Grande negócio
Diferentemente dos títulos convencionais, os jogos bem-intencionados não têm fins lucrativos e costumam ser distribuídos ou vendidos por preços mais camaradas. O dinheiro para o desenvolvimento costuma vir de fundações, do governo ou da iniciativa privada.
Até mesmo produtoras gigantes, como a Nintendo, estão se interessando pelo setor: Brain Age, jogo de estimulação cerebral para o portátil DS, feito pela criadora de Super Mario Bros., veio ao Ocidente após vender milhões de cópias no Japão. Em março, a Square Enix, que deu vida à série Final Fantasy, anunciou que produzirá títulos que unam educação ao entretenimento. Para George Harrison, vice-presidente da Nintendo, jogos diferentes são interessantes, mas o chamariz comercial é preciso. "O segredo é ter apelo que justifique o lançamento ", disse ao jornal "San Francisco Chronicle".
Os jogos que vão além da diversão são discutidos em eventos como o Serious Games Summit, que ocorrerá em outubro.


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