São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2007

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Games vão muito além da diversão

THÉO AZEVEDO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LEOPOLDO

A produção de games está espalhada por todos os cantos do Brasil, mas ao menos uma vez por ano as principais cabeças pensantes do setor reúnem-se em um local: é durante o SBGames (Simpósio Brasileiro de Jogos de Computador e Entretenimento Digital), cuja edição de 2007 aconteceu na semana passada, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, celebrando iniciativas que vão muito além da diversão.
Um grupo de 22 estudantes de graduação e mestrado da Bahia, por exemplo, trabalha em Tríade: Igualdade, Fraternidade, Liberdade, um RPG que está previsto para agosto de 2008 e cujo objetivo é ensinar sobre a Revolução Francesa, com direito a batalhas (sem sangue) e finais diferentes daquele conhecido na história.
Para Lynn Alves, professora da Universidade Estadual da Bahia que está à frente do projeto, mais difícil que administrar a verba de R$ 140 mil para viabilizar o jogo, que será distribuído gratuitamente nas escolas, foi convencer alguns historiadores locais a apoiar a iniciativa. "Eles não conseguem admitir que seja possível ensinar história sem um livro", disse.
O designer Leonardo Costa, também da Bahia, lidera uma equipe de 12 pessoas que, com uma verba de R$ 200 mil, prepara A Turma do Claudinho, aventura utilizada pelo Senai local para ensinar a distância jovens entre 14 e 16 anos.

Cursos
Os cursos de desenvolvimento de jogos no Brasil foram tema de uma mesa redonda bastante disputada e crítica no SBGames.
"Falta ao profissional uma noção da realidade: é como se o engenheiro mecânico se formasse e quisesse criar o próximo carro da General Motors", disse André Penha, presidente da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos).

Sony
Uma das presenças mais comemoradas na feira foi a de uma caravana com quatro integrantes da Sony Computer Entertainment of America, que compareceu ao evento para dizer que tem interesse em apoiar produtoras e universidades brasileiras.
O detalhe é que a divisão de games da Sony, historicamente, nunca deu bola para o país, culpando a pirataria e os altos impostos.


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