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BRASILEIROS DE BRINCADEIRA
Eventos, campeonatos, cursos e apoio oficial agitam setor de entretenimento eletrônico
Games nacionais conquistam mercado
THÉO AZEVEDO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O entretenimento eletrônico no
Brasil ainda está longe de movimentar bilhões de dólares como
na indústria norte-americana,
mas a produção de jogos e o e-sport estão em ritmo acelerado.
Nos últimos dois anos, dez empresas de criação de games foram
abertas no país, e mais de 30 títulos nacionais chegaram ao mercado, contabiliza Jeferson Valadares, 28, presidente da Abragames
(Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos).
Atualmente, 40 jogos estão sendo
desenvolvidos no país, considerando as diversas plataformas como PCs e celulares.
"O cenário está bem ativo, com
empresas surgindo, cursos sendo
formados e o governo sinalizando
que games estão no seu planejamento", diz Valadares.
Este ano está sendo especialmente movimentado para o país,
que sediou etapas eliminatórias
dos três principais campeonatos
de esporte eletrônico do mundo:
o ESWC (Electronic Sports World
Cup), o CPL (Cyberathlete Professional League) e o WCG
(World Cyber Games), este último considerado a Olimpíada dos
games, com uma premiação que
gira em torno de US$ 400 mil.
Em maio, houve o lançamento
de Erinia, o primeiro MMORPG
(Massively Multiplayer On-Line
Role-Playing Game) desenvolvido no país. E, em novembro, em
São Paulo, será realizada a EGS
(Electronic Game Show), feira
que vai reunir competições em rede, criadores de jogos do Brasil e
empresas do setor.
História
O panorama atual é bem diferente do encontrado em 1983,
quando foi lançado Amazônia, de
Renato Degiovani, considerado
pelo catálogo Game Brasilis o primeiro jogo comercial brasileiro
- que está à venda até hoje em
www.tilt.net.
Com o passar dos anos, vieram
vários outros títulos, com especial
destaque para Incidente em Varginha (1998) e Outlive (2001), que
chegaram a ser vendidos no exterior.
Hoje, existem cursos especializados espalhados de São Paulo a
Pernambuco, formando mão-de-obra para o mercado nacional e
até mesmo estrangeiro.
Um bom exemplo é o caso de
Eduardo Poyart, que, após graduar-se em engenharia da computação e concluir mestrado na
PUC do Rio de Janeiro, foi trabalhar na desenvolvedora Treyarch,
dos Estados Unidos, onde atuou,
recentemente, no desenvolvimento de Spider-Man 2.
Incentivo governamental
O governo também entra na
dança, criando o Concurso de
Idéias Originais e Demos de Jogos
Eletrônicos, promovido pelo Ministério da Cultura em parceria
com o ITI (Instituto Nacional de
Tecnologia da Informação) e com
a Finep (Financiadora de Estudos
e Projetos). Até 23 de outubro, os
interessados podem enviar suas
idéias para o site www.cultura.gov.br/jogosbr.
As 36 melhores serão selecionadas e seus autores receberão um
certificado e os créditos na demo
ou no jogo que vier a ser criado.
A segunda etapa é para profissionais e empresas de games, que
escolherão uma idéia e apresentarão propostas para a criação de
um jogo. Oito selecionadas receberão verba de R$ 30 mil para financiar seus projetos.
O projeto precisa ser em formato de software livre, o que, de
acordo com o site do concurso,
significa que "qualquer um tem a
permissão para usá-lo, copiá-lo, e
distribuí-lo, na sua forma original
ou com modificações".
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