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consumo
Com preços baixos, lojas virtuais falsas atraem consumidor
ROUBALHEIRA >> Prejuízo com golpes nas vendas realizadas pela internet pode chegar a R$ 500 milhões neste ano no país
STEFHANIE PIOVEZAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O pedido nº 6.049 foi confirmado com sucesso e deveria ter
sido entregue até 5 de setembro, não tivesse Gert Mandel,
79, realizado sua compra no site de uma empresa falsa. A câmera digital era oferecida por
R$ 569,48 pela Mundy Variedades no Shopping UOL.
"Ainda neste mês o Shopping
UOL passa a disponibilizar a
avaliação das lojas, que será feita por nossa equipe. Assim não
há como burlar o sistema de
avaliações", diz o provedor.
"As empresas que aplicaram
golpes geralmente anunciaram
em grandes comparadores", diz
Maurício Vargas, diretor do Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), que deve lançar
um comparador de empresas
idôneas no mês que vem.
Com uma audiência declarada de 1,5 milhão de acessos por
mês, o site calcula que, só no
ano passado, os golpes de lojas
virtuais no Brasil tenham causado um prejuízo de R$ 300
milhões; a previsão para este
ano é de R$ 500 milhões.
O número de registros liga-se à ampliação do comércio virtual. De acordo com a apuração
da consultoria e-bit, só no primeiro semestre de 2008 as
vendas on-line movimentaram
no país R$ 3,8 bilhões, crescimento de 290% frente ao mesmo período de 2005.
Além do aumento do comércio, há a migração de quadrilhas, que vão para a rede porque ela é mais rentável e porque têm "uma falsa sensação de
que ficam impunes", diz José
Mariano de Araújo Filho, delegado da 4ª Delegacia de Delitos
Cometidos por Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de
Investigações sobre Crime Organizado).
O número de golpes relaciona-se ainda aos costumes do
internauta. "Brasileiro só pensa na segurança depois que vira
vítima. Não adianta querer
economizar em software, antivírus e firewall", diz o delegado.
Avanço do crime
"Os crimes cibernéticos estão avançando com muita velocidade, e a melhor forma de interromper esse avanço é o estabelecimento de uma "rede do
bem", composta pela polícia,
demais órgãos encarregados da
perseguição penal e pela indústria de alta tecnologia."
Essa foi a conclusão da Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos e
da Conferência Internacional
de Ciência da Computação Forense, realizadas no mês passado pela Abeat (Associação Brasileira de Especialistas em Alta
Tecnologia).
Só neste ano, a 4ª Delegacia
registrou um aumento de mais
de 60% no número de ocorrências em relação a 2007.
O que não significa necessariamente um aumento dessa
magnitude no número de crimes, mas sim o crescimento
das notificações.
"Há uma consciência maior.
Boa parte das vítimas está
preocupada em registrar o crime", disse o delegado.
O número de reclamações ligadas ao ambiente virtual cresceu também no Procon, que
disponibiliza uma cartilha para
orientar o consumidor de eletrônicos (www.procon.sp.gov.br/pdf/01
OrientaComércioEletrônico.pdf).
"Com o aumento na oferta há
um aumento dos problemas",
diz Andrea Sanchez, diretora
de programas especiais da fundação.
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