São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Dono quer cama elástica e doces para atrair clientes

Douglas de Amorim quer ampliar número de lojas em Curitiba; lucro ajuda nas contas domésticas

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Um puxado na parte frontal da pequena casa de alvenaria abriga a LAN house de Douglas de Amorim, o Tobias, 23, morador do bairro Sítio Cercado, na periferia de Curitiba (PR). O plano dele é de que ali seja o marco de uma futura rede, com pelo menos três lojas na cidade.
"É o meu sonho. Faço isso porque gosto mesmo de computador. Não estou nessa para ganhar dinheiro", afirma Amorim, que montou o negócio em setembro do ano passado.
Nos 16 metros quadrados da sala, duas mesas comuns sustentam a rede de seis computadores, que podem ser acessados a R$ 1,50 a hora.
O estabelecimento ajuda Tobias a tirar até R$ 1.000 por mês para sustentar ele e mãe, de 57 anos, que sobrevive de bicos como doméstica.
Na semana passada, uma forte chuva de fim de tarde alagou a rua. A água invadiu a casa e quase decretou o fechamento da LAN house, mas os equipamentos foram salvos.
Outra dificuldade para manter o negócio é a concorrência na vizinhança. Tobias conta que num raio de seis quadras existem outras sete LAN houses. "Tem lugar para todo mundo, mas é uma sacanagem. As pessoas percebem que você montou primeiro e vão atrás", afirma.
A solução? Apelar para a criatividade. Para ganhar a clientela, formada na maioria por crianças e adolescentes que jogam videogame e acessam o Orkut, o dono da Lan house diz ter planos para montar em frente a casa uma cama elástica, além de distribuir bolo, doces e horas grátis para navegar. "O que temos que fazer é fidelizar os clientes", diz Tobias.

Para o trabalho
Apesar de muita gente relacionar as LAN houses com adolescentes disputando barulhentas partidas de jogos como o de tiro Counter Strike, nem todos aqueles que freqüentam esses ambientes estão procurando diversão.
É o caso do tatuador e desenhista Fernando do Amaral, 24. Ele tem um estúdio nesse mesmo bairro, o qual funciona dentro de um salão de beleza. "Venho aqui mais a trabalho do que para lazer", diz Amaral, que usa a internet banda larga da LAN house para manter contato com seus clientes.


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