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reportagem de capa
Tecnologia muda cotidiano de aldeias
TABA DIGITAL Munidos de telefones celulares, notebooks e minimodens, indígenas já produziram mais de 200 filmes
Katia Messias/Divulgação
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Pajé tupinambá usa notebook na aldeia Itapoã, na Bahia
CARLOS MINUANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DA ALDEIA ITAPOÃ (BA)
A vida está mudando na aldeia indígena Itapoã, em Olivença, Ilhéus, sul da Bahia. Por
lá, a rede de deitar se somou à
rede virtual. E, no lugar do arco
e flecha, mouse e PC.
Mas eles não param por aí.
Enquanto aguardam o orelhão
que ainda não chegou à comunidade, fazem filmes com celulares. Munidos de 60 telefones
móveis, notebooks e minimodens, quase uma centena de indígenas tupinambás e de mais
24 etnias em 12 Estados brasileiros já produziram mais de
200 filmes. A maioria, curtas-metragens, com duração que
varia entre três e dez minutos.
A produção robusta -toda
ela elaborada em 2009- é resultado do projeto Celulares
Indígenas, iniciativa da rede
Índios Online (www.indiosonline.org.br), portal colaborativo que facilita a comunicação e o acesso à informação de
dezenas de etnias na internet.
A onda tecnológica que toma
conta da aldeia tupinambá em
Ilhéus vai receber em breve um
reforço extra. No próximo dia
26, a comunidade inaugura o
espaço que se tornará a base
das produções e experimentações dos indígenas com novas
tecnologias e mídias. O nome
dado ao lugar, não por acaso, é
Ciberoca.
Para os indígenas, a construção do novo espaço representa
um avanço importante no tipo
de uso que eles fazem das tecnologias. "Com novos recursos,
teremos mais condições de reivindicarmos melhorias para
nosso povo", afirma Alex Tupinambá, coordenador da rede
Índios Online. O entusiasmo
começa a avançar também para
fora da aldeia tupinambá.
Na mesma semana, um telecentro com mais de dez computadores começa a funcionar
em uma comunidade indígena
localizada em São José da Vitória, uma das regiões mais pobres do país. Vizinho de Ilhéus,
o município tem um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil,
segundo dados de 2000 do
Atlas de Desenvolvimento Humano, do Pnud (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento).
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