São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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negócios

Empreendedores brasileiros contam como criaram suas empresas de internet e dizem que público querem atingir

DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são extremamente dedicados. Se precisam trabalhar um dia inteiro e, ainda, virar a madrugada, o fazem com gosto, com um único objetivo: conseguir investimentos e transformar suas empresas iniciantes em negócios lucrativos.
Esses jovens empreendedores comandam start-ups, empresas em fase de desenvolvimento e em busca de capital -mesmo em tempos de crise econômica. Querem conquistar usuários e oferecer serviços que sirvam de referência na internet.
A Folha escolheu algumas start-ups de tecnologia para mostrar o que oferecem.

Nicho
Apaixonada por internet e consumidora compulsiva, Karina Rehavia, 30, queria abrir um negócio que tivesse a sua cara. Identificou a ausência de um lugar em que pequenas lojas pudessem comercializar seus produtos na internet, a exemplo da estrangeira Etsy (www.etsy.com).
Conseguiu R$ 80 mil de investimento inicial -por meio de financiamento da Caixa Econômica- e criou a Ninui (www.ninui.com), loja virtual voltada para o comércio de nicho. Artesãos, donos de brechós e antiquários cadastram suas mercadorias e fazem transações por meio do site -são 170 lojas cadastradas, que disponibilizam 1.100 produtos.
"A gente disponibiliza lojas gratuitas e infraestrutura necessária para o vendedor. Para o comprador, garantimos segurança", afirma a sócia-diretora.

Redes
Como no Brasil o Orkut é referência, diversas empresas investem em iniciativas voltadas para redes sociais.
O MeAdiciona (www.meadiciona.com) reúne todos os perfis de um usuário em diversas redes sociais -e, também, informações extras, como agenda de contatos. "Oferecemos uma forma prática e segura para divulgar e organizar informações", afirma Diego Siqueira, 22, fundador do serviço.
Para ele, o que faz do MeAdiciona uma start-up interessante -foram R$ 40 mil de investimento do próprio bolso- é o fato de, por meio da ferramenta, ser possível encontrar informações privilegiadas e constantemente atualizadas.
Já o Lembreto (www.lembreto.com.br) tem o objetivo de integrar o serviço de SMS a sites da internet. "Pessoas que usam blog, microblog, podem usar SMS nesses sites. A gente chama a atenção com uma coisa que todo mundo sempre quis, que é integrar celular à internet", diz o criador Franklin Valadares, 35. Para fazer isso, basta se cadastrar no site e criar um canal -quem recebe as mensagens paga uma taxa.
Para empresas que querem integrar publicidade em mídias sociais, o Boo-Box (boo-box.com) se apresenta como alternativa. "Somos uma plataforma tecnológica para veiculação de publicidade. Em nossa rede de mais de 3.500 sites temos blogs, redes sociais, independentes, perfis de Twitter", diz o cofundador Marco Gomes, 22, que não revela o investimento da empresa.
Bem mais estabelecida, a WebCo cuida de serviços disseminados na rede, como o BlogBlogs (www.blogblogs.com.br), que indexa blogs brasileiros e oferece serviços como o LiveStream, e o Brasigo (brasi go.com.br), espaço para compartilhar conteúdo por meio de perguntas e respostas.
Para Manoel Lemos, 34, que criou o primeiro serviço em noites insones em 2006, além de conseguir conseguir dinheiro com as ideias, o grande desafio de uma start-up é formar uma boa equipe. "O dia-a-dia de uma start-up é diferente. Tem que ter velocidade, entender o usuário. Envolve o amadurecimento do mercado que ainda não está estabelecido."
Apesar de alardeada, a crise econômica ainda não se refletiu no planejamento das empresas. "O mercado está um pouco mais frio, todos estão desconfiados. Mas o sucesso de outras ferramentas nos EUA, que passa por um período ainda mais instável, traz confiabilidade ao mercado", afirma Siqueira, do MeAdiciona.


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