São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Licença livre esbarra no preconceito

DO ENVIADO ESPECIAL

À frente das atividades da Creative Commons no Brasil desde a adaptação da licença ao país em 2004, Ronaldo Lemos falou à Folha sobre as dificuldades e sobre os avanços do formato com "alguns direitos reservados". Leia a entrevista completa em www.folha.com.br/circuitointegrado.
 

FOLHA - Onde a Creative Commons avançou ?
RONALDO LEMOS
- Quando lançamos a licença aqui, éramos o terceiro país. Hoje, são mais de 40 . Atualmente existe uma comunidade articulada com influência no debate sobre a propriedade intelectual. Uma mudança importante chegou junto da web 2.0. Antes, o principal usuário da licença era o artista.
Isso mudou. Com sites como o Flickr, o CC transformou-se em ferramenta para resolver a questão da propriedade intelectual dos internautas comuns.

FOLHA - E como vocês aproveitarão esse casamento com a web 2.0?
LEMOS
- No segundo semestre, vamos lançar uma ferramenta on-line para que o artista possa registrar comercialmente as suas obras. O plano é que isso se integre a licença do CC para atacar a burocracia que envolve o pagamento dos direitos aos diferentes autores de uma obra.

FOLHA - Por que artistas, como Gilberto Gil, apóiam a Creative Commons, mas não liberam todas as suas obras ?
LEMOS
- A idéia original com o Gil era liberar todo o seu catálogo, mas a Warner internacional não autorizou o uso dos fonogramas originais. O Gil precisaria regravar e produzir tudo de novo.

FOLHA - Há preconceito com as licenças abertas?
LEMOS
- Sempre olham para os países pobres com preconceito em relação à informalidade. Mas, com o Napster e o eMule, essa informalidade se globalizou. O problema é que quando você olha para o YouTube a primeira palavra que vem é inovação e a segunda é ilegalidade. No nosso caso, a primeira palavra que vem é ilegalidade.
(JB)


Texto Anterior: Distribuição aberta incentiva artistas
Próximo Texto: Estande
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.