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Licença livre esbarra no preconceito
DO ENVIADO ESPECIAL
À frente das atividades da Creative Commons no Brasil desde a adaptação da licença ao país em 2004, Ronaldo Lemos falou à Folha sobre as dificuldades e sobre os avanços do formato com "alguns direitos reservados". Leia a entrevista completa em www.folha.com.br/circuitointegrado.
FOLHA - Onde a Creative Commons avançou ?
RONALDO LEMOS - Quando lançamos a licença aqui, éramos o terceiro país. Hoje, são mais de 40 . Atualmente existe uma comunidade articulada com influência no debate sobre a propriedade intelectual. Uma mudança importante chegou junto da web 2.0. Antes, o principal usuário da licença era o artista.
Isso mudou. Com sites como o Flickr, o CC transformou-se em ferramenta para resolver a questão da propriedade intelectual dos internautas comuns.
FOLHA - E como vocês aproveitarão esse casamento com a web 2.0?
LEMOS - No segundo semestre, vamos lançar uma ferramenta on-line para que o artista possa registrar comercialmente as suas obras. O plano é que isso se integre a licença do CC para atacar a burocracia que envolve o pagamento dos direitos aos diferentes autores de uma obra.
FOLHA - Por que artistas, como Gilberto Gil, apóiam a Creative Commons, mas não liberam todas as suas obras ?
LEMOS - A idéia original com o Gil era liberar todo o seu catálogo, mas a Warner internacional não autorizou o uso dos fonogramas originais. O Gil precisaria regravar e produzir tudo de novo.
FOLHA - Há preconceito com as licenças abertas?
LEMOS - Sempre olham para os países pobres com preconceito em relação à informalidade. Mas, com o Napster e o eMule, essa informalidade se globalizou. O problema é que quando você olha para o YouTube a primeira palavra que vem é inovação e a segunda é ilegalidade. No nosso caso, a primeira palavra que vem é ilegalidade.
(JB)
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