São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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CAMPANHA ELETRÔNICA

Candidatos à prefeitura paulistana têm sites em que divulgam suas propostas e rebatem críticas

Internet é arma de propaganda eleitoral

JULIANO BARRETO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Páginas especiais criadas para as eleições municipais de São Paulo trazem atualizações diárias, detalhes das agendas dos candidatos e planos de governo; a organização dos sites, no entanto, muitas vezes deixa o eleitor virtual na mão.
A página oficial da líder na pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha, a atual prefeita Marta Suplicy (www.martaprefeita.com.br), traz média de 14 notícias novas por dia e tem um jornalista contratado exclusivamente para abastecer o site.
Feita pela mesma empresa que criou o site de Lula para as últimas eleições presidenciais e com ajustes realizados por orientação do publicitário Duda Mendonça, a página traz, além das informações sobre o plano de governo para um eventual segundo mandato e o balanço da atual gestão da prefeita, links para envio de cartões virtuais, download da música da campanha e papéis de parede.
Também existe um link para quem deseja contribuir financeiramente para a campanha de Marta. O link não deixa de incluir uma advertência sobre os casos em que a doação pode se converter em crime eleitoral.
Segundo Lino Bocchini, coordenador de imprensa da campanha de Marta, durante o debate entre os candidatos à prefeitura paulistana na TV Bandeirantes, o portal da prefeita colocou 25 textos no ar para rebater as críticas feitas pelos adversários.
Tantas informações (são 27 links só na página inicial do site), no entanto, podem confundir o usuário menos atento e fazem dados importantes sobre as propostas da candidata disputarem espaço com peças publicitárias que repetem informações já citadas em diversas seções do site.

Agenda
José Serra, o segundo colocado na pesquisa, cinco pontos percentuais atrás de Marta Suplicy, conta com a página www.serra45.org.br, que publica notícias sobre sua agenda e suas propostas e tem uma equipe formada por nove profissionais.
Há também o Comitê Virtual, seção que oferece material de campanha, como papéis de parede, jingles da campanha e envio de cartões virtuais.
Mas o site tem um problema: até a conclusão desta edição, o plano de governo não estava disponível no link correspondente. O visitante que buscar mais detalhes sobre as propostas do candidato do PSDB encontrará apenas um convite para enviar sugestões e algumas enquetes que consultam a opinião dos internautas sobre problemas da cidade.
Candidato pelo PP e atual terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Paulo Maluf saiu atrás na internet: até o fechamento desta edição, não conseguiu colocar seu site oficial de campanha no ar.
No endereço www.paulomaluf11.com.br há apenas uma animação com o lema da campanha de Maluf. A quem deseja conhecer as intenções do ex-prefeito e ex-governador, resta acessar a página do seu partido, em www.pp.gov.br, ou aguardar o término da construção do site.
A candidata Luiza Erundina, do PSB, tem um site (www.luizaerundina.com.br) que promete mostrar todas as despesas da campanha eleitoral, informações do plano de governo e detalhes da administração da ex-prefeita, entre 1989 e 1992.
Até a conclusão desta edição, a seção de prestação de contas estava inoperante -nenhum dado aparecia nos menus Consulta das Movimentações Financeiras e Consulta das Doações em Material. Detalhes sobre o plano de governo da candidata, porém, eram fáceis de encontrar, e o visitante pode enviar suas próprias sugestões ao plano.
No final de semana passado, no entanto, a equipe que organizava o site da candidata foi reformulada, e a página de Erundina saiu do do ar durante a última segunda-feira. A previsão feita pela nova assessoria é que até o final do dia de hoje a situação seja normalizada.

Desinformação
Apesar da preocupação dos candidatos com seus sites, nem todos os internautas conseguem acessá-los ou mesmo encontrá-los. Resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest (www.institutoqualibest.com.br) afirmam que cerca de 70% dos internautas nunca acessaram ou tentaram acessar os sites de seus candidatos. Dos internautas entrevistados, 11% procuraram mas não conseguiram localizar o site do partido, e 9% não encontraram o site de seu candidato preferido.


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