São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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Gravadoras ampliam distribuição

DA REPORTAGEM LOCAL

Gravadoras não têm mais para onde fugir: com ou sem pirataria, a música digital já faz parte do dia a dia de milhares de consumidores. E se eles querem ter acesso a esse tipo de conteúdo, então é melhor se desdobrar para criar estratégias que chamem sua atenção.
A Sony Music, por exemplo, tem contratos com operadoras de celular, fabricantes, agregadores e portais de internet. "Fazemos projetos especiais com diversas marcas de diversos segmentos econômicos. Possuímos variados modelos de negócio operantes: downloads à la carte, modelos de assinatura e modelos baseados em publicidade", afirma Claudio Vargas, diretor de digital e novos negócios.
A gravadora também investe em ações interativas, que visam conectar artistas e fãs. Um exemplo é o You Pop You Rock (www.youtube.com.br/youpopyourock), ação no YouTube que estimulava internautas a fazerem videoclipes de artistas -os contemplados receberam prêmios e puderam conhecer seus ídolos.
Isso sem falar em conteúdo embarcado, que já resultou em parcerias com fabricantes para disponibilizar conteúdo de bandas como Jota Quest e Capital Inicial.
A EMI Brasil tem contratos digitais para distribuir conteúdo de música e vídeo em todas as operadoras de celular e portais da internet. "Além disso, participamos ativamente com nossos artistas no desenvolvimento de estratégias para divulgação de seus lançamentos nas plataformas digitais", afirma José Peña, gerente digital para a América Latina.
Ele afirma que a unidade do Brasil está à frente no projeto de digitalização integral de todo o catálogo local, "o que reforça o quanto todas as atividades da gravadora estão ligadas à ferramenta digital".
Segundo ele, a estratégia digital da EMI está diretamente envolvida no marketing e na promoção de lançamento de seus produtos. "É claro o entendimento de que o consumidor é o verdadeiro protagonista dessa mudança."
E para ir aonde o consumidor está, vale investir em merchandising em apresentações de artistas, cotas para transmissão de shows via internet e cotas para patrocínio de turnês, por exemplo. "São algumas das novas receitas que não existiam no modelo anterior da indústria", afirma.

Pirataria
Um dos entraves que as gravadoras encontram no percurso é a pirataria, que "representa mais de 95% do tráfego de música na internet brasileira", de acordo com Danillo Ambrosano, gerente do departamento digital da Universal Music.
Segundo a ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), 8,2% da população pesquisada pelo grupo Ipsos, ou 2,9 milhões de pessoas, baixaram música na internet no ano de 2005, contabilizando quase 1,1 bilhão de canções.
"Se esses downloads fossem feitos de forma legalizada, o setor teria arrecadado mais de R$ 2 bilhões, ou seja, três vezes mais do que o montante faturado pelo mercado oficial no ano passado com a venda de CDs e DVDs originais, que foi de R$ 615,2 milhões", diz relatório.
"Sem dúvida a pirataria é um fator importantíssimo e que contribui negativamente na venda da música legal, pois é uma concorrente desleal", diz Vargas, da Sony.
Para ele, é importante reverter o quadro aumentando o número de lojas e de modelos de negócio que ofereçam ao consumidor mais ofertas e opções de consumo de música, "sempre considerando a legalidade e o pagamento de direitos".
Outro fator determinante para o crescimento dos down- loads legais em detrimento dos piratas é a redução de preço dos conteúdos digitais, diz ele.
Para Ambrosano, da Universal, o combate pode ser feito a partir da oferta de conteúdo patrocinado por marcas, como é o caso de rádios "Ad supported", como o Terra Sonora. Outra iniciativa que ajuda no combate, cita ele, é o modelo Comes With Music, da Nokia. "São ótimas formas de se oferecer acesso ao conteúdo legal." (DA)


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