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Gravadoras ampliam distribuição
DA REPORTAGEM LOCAL
Gravadoras não têm mais para onde fugir: com ou sem pirataria, a música digital já faz parte do dia a dia de milhares de
consumidores. E se eles querem ter acesso a esse tipo de
conteúdo, então é melhor se
desdobrar para criar estratégias que chamem sua atenção.
A Sony Music, por exemplo,
tem contratos com operadoras
de celular, fabricantes, agregadores e portais de internet. "Fazemos projetos especiais com
diversas marcas de diversos
segmentos econômicos. Possuímos variados modelos de
negócio operantes: downloads
à la carte, modelos de assinatura e modelos baseados em publicidade", afirma Claudio Vargas, diretor de digital e novos
negócios.
A gravadora também investe
em ações interativas, que visam
conectar artistas e fãs. Um
exemplo é o You Pop You Rock
(www.youtube.com.br/youpopyourock), ação no YouTube que estimulava internautas
a fazerem videoclipes de artistas -os contemplados receberam prêmios e puderam conhecer seus ídolos.
Isso sem falar em conteúdo
embarcado, que já
resultou em parcerias com fabricantes para disponibilizar
conteúdo de bandas como Jota
Quest e Capital Inicial.
A EMI Brasil tem contratos
digitais para distribuir conteúdo de música e vídeo em todas
as operadoras de celular e portais da internet. "Além disso,
participamos ativamente com
nossos artistas no desenvolvimento de estratégias para divulgação de seus lançamentos
nas plataformas digitais", afirma José Peña, gerente digital
para a América Latina.
Ele afirma que a unidade do
Brasil está à frente no projeto
de digitalização integral de todo o catálogo local, "o que reforça o quanto todas as atividades da gravadora estão ligadas à
ferramenta digital".
Segundo ele, a estratégia digital da EMI está diretamente
envolvida no marketing e na
promoção de lançamento de
seus produtos. "É claro o entendimento de que o consumidor é o verdadeiro protagonista
dessa mudança."
E para ir aonde o consumidor está, vale investir em merchandising em apresentações
de artistas, cotas para transmissão de shows via internet e
cotas para patrocínio de turnês, por exemplo. "São algumas
das novas receitas que não
existiam no modelo anterior da
indústria", afirma.
Pirataria
Um dos entraves que as gravadoras encontram no percurso é a pirataria, que "representa
mais de 95% do tráfego de música na internet brasileira", de
acordo com Danillo Ambrosano, gerente do departamento
digital da Universal Music.
Segundo a ABPD (Associação
Brasileira dos Produtores de
Discos), 8,2% da população
pesquisada pelo grupo Ipsos,
ou 2,9 milhões de pessoas, baixaram música na internet no
ano de 2005, contabilizando
quase 1,1 bilhão de canções.
"Se esses downloads fossem
feitos de forma legalizada, o setor teria arrecadado mais de R$
2 bilhões, ou seja, três vezes
mais do que o montante faturado pelo mercado oficial no ano
passado com a venda de CDs e
DVDs originais, que foi de R$
615,2 milhões", diz relatório.
"Sem dúvida a pirataria é um
fator importantíssimo e que
contribui negativamente na
venda da música legal, pois é
uma concorrente desleal", diz
Vargas, da Sony.
Para ele, é importante reverter o quadro aumentando o número de lojas e de modelos de
negócio que ofereçam ao consumidor mais ofertas e opções
de consumo de música, "sempre considerando a legalidade e
o pagamento de direitos".
Outro fator determinante
para o crescimento dos down-
loads legais em detrimento dos
piratas é a redução de preço dos
conteúdos digitais, diz ele.
Para Ambrosano, da Universal, o combate pode ser feito a
partir da oferta de conteúdo patrocinado por marcas, como é o
caso de rádios "Ad supported",
como o Terra Sonora. Outra
iniciativa que ajuda no combate, cita ele, é o modelo Comes
With Music, da Nokia. "São ótimas formas de se oferecer acesso ao conteúdo legal."
(DA)
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