|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
reportagem de capa
Música digital irá mudar radicalmente
TENDÊNCIAS MP3 >> será substituído por novos formatos e música on-line será cada vez mais comum, aponta especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro da música digital está diretamente ligado à experiência do consumidor. Baixar
MP3 para o celular, comprar
discos via iTunes ou ouvir bandas por meio do MySpace são
atividades que fazem parte do
presente. Mas em poucos anos
esse cenário irá mudar radicalmente, na opinião de Gilles Babinet, criador da Sawnd, empresa francesa que gerencia
conteúdo musical.
A primeira mudança significativa já ocorre no âmbito da
produção de música. As outrora poderosas gravadoras, que
mantinham total controle sobre o gerenciamento de um artista, estão condenadas a desaparecer, segundo Babinet. Ou,
no mínimo, devem ficar bem
menores. "O tamanho não é
mais uma vantagem na área da
música. Selos pequenos, que
atuem de uma maneira intensa
na internet, vão ser bem sucedidos em um futuro próximo."
Para ele, o grande desafio que
a música digital enfrenta hoje é
o de encontrar um meio de proporcionar uma experiência significativa para o usuário, seja
por meio de dispositivos fixos
ou móveis.
E para que isso aconteça, artistas terão que pensar no seu
produto como algo muito mais
amplo. "Nós vamos concordar
em pagar mensalidades para
ouvir música, desde que a experiência seja fascinante. Ter um
empresário que entenda de internet é obrigatório", diz Babinet, citando como exemplo a
banda Black Kent, que era desconhecida e, por conta da sua
atuação na internet, já conseguiu ter vídeos vistos mais de 6
milhões de vezes. "Graças à boa
música, mas também graças ao
bom marketing on-line."
Fim do MP3
Babinet afirma que o MP3
começará a desaparecer a partir de 2010. "Isso porque se trata de um formato antigo, criado
há 20 anos, com qualidade de
som limitada. O MP3 funciona
para download, mas o crescimento de oferta de serviços em
streaming [em que não é preciso baixar o conteúdo] pode
combater sua predominância."
Ele acrescenta que é difícil
ter uma experiência direta com
o download de um arquivo.
"Por que se preocupar com isso? Minha mãe não entende
para que vai baixar uma música
se pode usar o Spotify para ouvir o que gosta. Assinaturas são
o futuro."
O Spotify (www.spotify.com) oferece música sob demanda, ou seja, sem necessidade de armazenamento no seu
computador. Outro site que se
destaca é o Deezer (www.deezer.com). Os internautas brasileiros ainda não podem usar
os serviços desses sites. A justificativa é que, para oferecer
músicas legalmente, é preciso
fazer acordos com artistas e
gravadoras, processo que costuma ser bem demorado.
Em cinco, dez anos, a maioria dos usuários da Europa e
dos Estados Unidos terá feito
assinaturas de serviços que
oferecem música. "Vídeos vão
se firmar como uma nova maneira de ouvir música, especialmente por conta do crescimento de plataformas de vídeos de
música em alta definição, que
ainda não existem", diz ele.
"Interação das bandas com sua
comunidade de fãs será o padrão", acrescenta.
(DA)
Texto Anterior: Gravadoras ampliam distribuição Próximo Texto: Artistas experimentam novos formatos para atrair mais ouvintes Índice
|