São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Serviço tem superbanco de dados

Buscador responde usando base de conhecimentos especialmente construída

MIGUEL HELFT
DO "THE NEW YORK TIMES"

Todo serviço novo de busca on-line deve enfrentar uma pergunta inevitável: "Meu serviço é melhor que o do Google?". O WolframAlpha (wol framalpha.com), um novo e potente serviço que é capaz de responder a um vasto campo de perguntas, tornou-se um dos produtos mais esperados da web neste ano.
Porém o seu criador, Stephen Wolfram, quer deixar algo claro: apesar de as conversas compararem o novo serviço ao Google, a sua ferramenta não almeja destronar o rei dos mecanismos de busca. "Eu não sou especialista em criar alardes", disse Wolfram, um cientista bem conhecido, empreendedor e fundador da Wolfram Research, uma empresa de Champaign (Illinois), que tem desenvolvido de modo silencioso o WolframAlpha.
O serviço de Wolfram não faz buscas por meio das páginas da web, e ele não será útil para pesquisar horários de filmes no cinema ou para comprar uma câmera digital. Em vez disso, ele elabora respostas para as perguntas por meio do uso de enormes bancos de dados que a empresa vem reunindo.
Rapidamente, a ferramenta é capaz de apresentar informações sobre assuntos como o índice médio de massa corporal de um homem de 40 anos de idade, se a Torre Eiffel é maior que o Space Needle de Seattle e se a maré está alta neste momento em Miami. O WolframAlpha não é um produto finalizado. Ele é uma versão em desenvolvimento e inicial de um projeto que vem avançando há anos e que continuará a evoluir ao longo dos próximos anos ou, talvez, décadas. Desse modo, há muitas coisas que, por enquanto, ele não consegue responder.
A tentativa de criar um sistema computacional capaz de responder a perguntas tem se mostrado uma meta tentadora para muitos cientistas computacionais ao longo de mais de quatro décadas.
Ferramentas de busca tradicionais, como o Google e o Yahoo!, funcionam bem quando se quer encontrar informações que já existem on-line. Se existem páginas na web que possuem as palavras usadas em uma pesquisa, as ferramentas irão achá-las e ranqueá-las por ordem de relevância.
O WolframAlpha é diferente. Primeiro, ele não coleta dados a partir da web. Em vez disso, sua base de conhecimento ("knowledge base") é composta por vários blocos de dados -que englobam de informações que se podem encontrar em um Almanaque Mundial a dados sobre física e outras áreas da ciência- que foram reunidos, verificados e organizados por cerca de cem funcionários da Wolfram Research ao longo dos últimos anos.
Em seu estágio atual, há muitas perguntas que o WolframAlpha não é capaz de responder, tanto por não entender a pergunta quanto por não ter os dados necessários. Por exemplo, ele tem dificuldade com perguntas como "taxa de obesidade", "preço de casas em Nova York" ou "desemprego em San Francisco" (mas ele irá responder à pergunta "desemprego no condado de San Francisco").
Se tiver sucesso, o WolframAlpha tem o potencial de se tornar uma grande oportunidade de negócios. Por enquanto, Wolfram disse estar planejando oferecer no site um espaço para campanhas publicitárias e outras formas de patrocínio, além de, talvez, uma versão premium dos serviços para os pesquisadores.
E, ainda que timidamente, ele afirmou estar discutindo potenciais parcerias com as "pessoas óbvias", entre as quais as empresas de ferramenta de busca. Representantes do Google e do Yahoo! não quiserem se manifestar a respeito do WolframAlpha.
Segundo especialistas, o WolframAlpha pode se tornar um complemento para as ferramentas de busca tradicionais. Por sinal, elas começaram a oferecer, por conta própria, versões simplificadas dos tipos de cálculo e de manipulação de dados com os quais o Wolfram-Alpha se destaca.


Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS


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