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Serviço tem superbanco de dados
Buscador responde usando base de conhecimentos especialmente construída
MIGUEL HELFT
DO "THE NEW YORK TIMES"
Todo serviço novo de busca
on-line deve enfrentar uma
pergunta inevitável: "Meu serviço é melhor que o do Google?". O WolframAlpha (wol
framalpha.com), um novo e
potente serviço que é capaz de
responder a um vasto campo
de perguntas, tornou-se um
dos produtos mais esperados
da web neste ano.
Porém o seu criador, Stephen Wolfram, quer deixar algo claro: apesar de as conversas
compararem o novo serviço ao
Google, a sua ferramenta não
almeja destronar o rei dos mecanismos de busca.
"Eu não sou especialista em
criar alardes", disse Wolfram,
um cientista bem conhecido,
empreendedor e fundador da
Wolfram Research, uma empresa de Champaign (Illinois),
que tem desenvolvido de modo
silencioso o WolframAlpha.
O serviço de Wolfram não faz
buscas por meio das páginas da
web, e ele não será útil para
pesquisar horários de filmes no
cinema ou para comprar uma
câmera digital. Em vez disso,
ele elabora respostas para as
perguntas por meio do uso de
enormes bancos de dados que a
empresa vem reunindo.
Rapidamente, a ferramenta é
capaz de apresentar informações sobre assuntos como o índice médio de massa corporal
de um homem de 40 anos de
idade, se a Torre Eiffel é maior
que o Space Needle de Seattle e
se a maré está alta neste momento em Miami.
O WolframAlpha não é um
produto finalizado. Ele é uma
versão em desenvolvimento e
inicial de um projeto que vem
avançando há anos e que continuará a evoluir ao longo dos
próximos anos ou, talvez, décadas. Desse modo, há muitas
coisas que, por enquanto, ele
não consegue responder.
A tentativa de criar um sistema computacional capaz de
responder a perguntas tem se
mostrado uma meta tentadora
para muitos cientistas computacionais ao longo de mais de
quatro décadas.
Ferramentas de busca tradicionais, como o Google e o Yahoo!, funcionam bem quando
se quer encontrar informações
que já existem on-line. Se existem páginas na web que possuem as palavras usadas em
uma pesquisa, as ferramentas
irão achá-las e ranqueá-las por
ordem de relevância.
O WolframAlpha é diferente.
Primeiro, ele não coleta dados
a partir da web. Em vez disso,
sua base de conhecimento
("knowledge base") é composta
por vários blocos de dados
-que englobam de informações que se podem encontrar
em um Almanaque Mundial a
dados sobre física e outras
áreas da ciência- que foram
reunidos, verificados e organizados por cerca de cem funcionários da Wolfram Research ao
longo dos últimos anos.
Em seu estágio atual, há muitas perguntas que o WolframAlpha não é capaz de responder, tanto por não entender a
pergunta quanto por não ter os
dados necessários. Por exemplo, ele tem dificuldade com
perguntas como "taxa de obesidade", "preço de casas em Nova
York" ou "desemprego em San
Francisco" (mas ele irá responder à pergunta "desemprego no
condado de San Francisco").
Se tiver sucesso, o WolframAlpha tem o potencial de se
tornar uma grande oportunidade de negócios. Por enquanto, Wolfram disse estar planejando oferecer no site um espaço para campanhas publicitárias e outras formas de patrocínio, além de, talvez, uma versão
premium dos serviços para os
pesquisadores.
E, ainda que timidamente,
ele afirmou estar discutindo
potenciais parcerias com as
"pessoas óbvias", entre as quais
as empresas de ferramenta de
busca. Representantes do Google e do Yahoo! não quiserem
se manifestar a respeito do
WolframAlpha.
Segundo especialistas, o
WolframAlpha pode se tornar
um complemento para as ferramentas de busca tradicionais. Por sinal, elas começaram
a oferecer, por conta própria,
versões simplificadas dos tipos
de cálculo e de manipulação de
dados com os quais o Wolfram-Alpha se destaca.
Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
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