São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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teste USP

Eletrodoméstico ganha funções de micro

RETROSPECTIVA Eletrônicos avaliados apresentaram componentes de informática; LCDs e tocadores foram destaques

ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 2006, o Teste USP avaliou 23 produtos e chegou aos seus 14 anos de existência. Convênio firmado entre o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo e a Folha, o Teste USP é uma coluna quinzenal de Informática.
As avaliações são realizadas por docentes e pesquisadores do ICMC-USP, visando sempre analisar quesitos como qualidade, desempenho, relação custo/benefício, manuais, facilidade de instalação e de uso.

Eletrodomésticos
O destaque deste ano foram os eletrodomésticos com componentes de informática. Na década de 1980, era previsto que os eletrodomésticos seriam ligados aos micros. A idéia era gerar equipamentos sofisticados, que seriam manipulados por computador, o que geraria uma variedade de recursos e manuais volumosos.
Observamos a cada dia o aumento de elementos digitais nos eletrodomésticos comuns, como máquinas de lavar, televisores, geladeiras e microondas. Num primeiro momento, essa integração ocorreu apenas como recurso tecnológico, por meio de aparelhos microcontrolados. Recentemente, observamos uma tendência dos eletrodomésticos apresentarem cada vez mais requintes de produtos de informática.
Aparelhos eletrodomésticos multimídia apresentam versões que chegam ao mercado com conexões USB e wireless, discos rígidos e memórias -elementos que levam o universo da informática aos utilitários domésticos. Diferentemente do previsto na década de 1980, a integração da informática torna os aparelhos mais versáteis, sofisticados e, ao mesmo tempo, mais simples de serem usados.
Ao longo deste ano, o Teste USP testou aparelhos de som, televisores, tocadores e gravadores de DVDs que seguiram essa tendência. Além de incorporar elementos de informática, o mercado de TVs também foi marcado pelas grandes telas de LCD, que começaram a ser comercializadas. Essa tecnologia, antes inviável para telas de grandes dimensões (acima de 30 polegadas), tem como vantagem a alta definição e a qualidade das imagens exibidas.

Tocadores
Outro destaque foi a popularização dos aparelhos tocadores de MP3, que adentraram em massa no mercado nacional. Além dos aparelhos portáteis tradicionais, começam a aparecer também opções de tocadores com alto-falantes, como o PSS110, da Philips, testado em março.
Também foi verificada a tendência de aparelhos de som convencionais passarem a ser conectados ao micro ou possuírem conexão para memórias e para discos rígidos -como o aparelho de som 5991, da Gotec, avaliado em abril. Outra alternativa é transformar pequenos tocadores em possantes equipamentos. Assim foi com o iPod Hi-Fi, lançamento da Apple para sua linha de tocadores, avaliado em setembro.
Com tudo isso, a era do MP3 parece ter marcado definitivamente o seu lugar no mercado. Talvez, em um futuro não muito distante, essa tecnologia desbanque os CDs, colocando-os na estante do museu, ao lado dos discos de vinil.
O fortalecimento do formato MP3, em 2006, trouxe vários gigantes para esse ramo do mercado. Um ótimo exemplo disso é a Microsoft, que acaba de lançar o portátil Zune, para concorrer com o consagrado iPod, da Apple.


Odemir Martinez Bruno é livre-docente em computação e doutor em física pela USP, docente e pesquisador do ICMC-USP e coordenador do convênio Folha-USP.


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