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Internauta espia perfis de vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL
G. conheceu um homem em
uma festa e, ao chegar em casa,
decidiu procurá-lo no Orkut.
Sabia que faculdade ele cursava, encontrou a comunidade,
testou várias possibilidades
com o nome do rapaz e o encontrou. Apresentou-se com
seu perfil real, mas não causou
uma boa impressão.
Houve uma segunda vez, e G.
decidiu montar um perfil falso
para poder encontrar pessoas
ainda desconhecidas no Orkut.
"Tem também o caso de eu encontrar uns caras no Orkut e ficar encanado, sem ao menos
conhecer. Coloco nos Favoritos
do meu computador e entro
com uma regularidade para ver
o que está acontecendo", conta.
G. diz que já parou com a prática, mas o crescente excesso de
informações disponíveis e a necessidade dos ciberperseguidores de saber cada vez pode tornar a prática excessiva e colocar os perseguidos em risco.
A organização Working to
Halt Online Abuse (haltabuse.org) diz que recebe de 50 a
75 denúncias do tipo por semana. Na Malásia, o crescimento
de casos denunciados à agência
CyberSecurity Malaysia cresceu mais de 100% entre 2008 e
2009, segundo dados divulgados no site The Star (thestar.com.my).
"É uma invasão de privacidade. Além de eu ter uma parte
exposta da minha vida que pode não ser legal, há um perigo
de segurança real", diz Luciana
Ruffo, psicóloga do núcleo de
pesquisas em psicologia da informática da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Para os que têm o hábito de
perseguir o outro on-line, também existem prejuízos: "O perseguidor pode começar a abrir
mão da sua vida para seguir o
outro".
E, quando a pessoa percebe
que a vida do outro começa a
ter maior importância do que
deveria, é hora de procurar tratamento, indica a psicóloga.
A recomendação para quem
é perseguido é não responder
às insinuações do perseguidor,
não postar informações ou fotos extremamente pessoais e
até trocar de conta de e-mail.
"Notifique apenas seus amigos
e familiares mais próximos sobre a mudança", explica o site
Quit Stalking Me (quitstalkingme.com).
Motivações
Quem persegue e quem se
expõe têm suas motivações, segundo Ruffo. "Sem falar em um
nível extremo criminoso, quem
persegue tem curiosidade, quer
saber, ter controle sobre a vida
do outro", explica.
Já os que se superexpõem ou
são ingênuos ou querem ser notados, diz a psicóloga.
(AD)
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