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Ciberespiões desvendam movimentos de piratas
JOHN MARKOFF
DAVID BARBOZA
DO "NEW YORK TIMES"
Atuando como cibercontraespiões, pesquisadores canadenses e norte-americanos
vêm monitorando uma operação de hackers durante os últimos oito meses, observando os
invasores enquanto roubavam
documentos sigilosos e restritos dos níveis mais altos do Ministério de Defesa da Índia.
Os pesquisadores do Centro
Munk de Estudos Internacionais da Universidade de Toronto revelaram como uma operação de espionagem chamada
por eles de "Shadow Network"
[algo como rede da sombra],
baseada na China, invadia sistematicamente computadores
de escritórios do governo indiano em diversos continentes.
Exposição global
Os ciberespiões de Toronto
descobriram o material roubado e foram capazes de ver alguns documentos, como os de
análises sigilosas na área de segurança em diversos Estados
da Índia e documentos confidenciais da embaixada a respeito de negociações da Índia na
África Ocidental, na Rússia e no
Oriente Médio.
Os intrusos roubaram até documentos sobre viagens das
forças da Otan ao Afeganistão.
Embora o governo da Índia fosse o alvo principal dos ataques,
isso mostra que uma pequena
brecha no sistema de segurança dos computadores é capaz de
deixar várias nações expostas.
"Não se trata apenas de estar
tão seguro quanto o link mais
frágil da sua rede de comunicações", disse Rafal Rohozinski,
membro da equipe de Toronto.
"Em um mundo interconectado, você está apenas tão seguro
quanto o link mais frágil da rede mundial de informações."
No início de março, o Ministro de Comunicações da Índia,
Sachin Pilot, disse que redes de
comunicação do governo haviam sido atacadas pela China,
mas que "nenhum ataque havia
tido sucesso".
Os pesquisadores de Toronto
afirmaram ter contatado, mais
tarde, funcionários do serviço
de inteligência da Índia e lhes
informado sobre a rede de espionagem que estavam rastreando. Eles solicitaram e receberam informações sobre como lidar com documentos sigilosos e restritos.
Sitanshu Kar, porta-voz do
Ministério de Defesa da Índia,
disse que funcionários estavam
analisando o relatório, mas não
tinham um pronunciamento
oficial a ser feito.
Outro lado
O governo chinês, por seu lado, negou qualquer participação nos ciberataques e considerou as acusações "sem fundamento", segundo a Xinhua,
agência de notícias oficial.
"Frequentemente, ouve-se falar de relatórios com insinuações ou críticas ao governo chinês. Não tenho ideia de quais
evidências eles têm ou de quais
motivos estão por trás disso",
disse Jiang Yu, porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da China.
Tradução de
FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
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