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reportagem de capa
Robôs ganham traços de seres humanos
ALÉM DA LINHA DE MONTAGEM >> Com feições cada vez mais aperfeiçoadas, humanóides cantam, correm e contam piadas
DA REPORTAGEM LOCAL
A pequena HRP-4C, também
conhecida como Miim, não é
nada tímida. Na última Ceatec,
feira de eletrônicos japonesa,
não hesitou em soltar a voz para a plateia.
Apesar de não ter o melhor
desempenho nos palcos (veja
em bit.ly/hrpcantando), a pequena serve como exemplo de
uma das vertentes recentes da
robótica: os humanoides. As
máquinas lembram cada vez
mais seres humanos e replicam
as funções que executamos
com tanta naturalidade.
Segundo a professora Anna
Reali, da Escola Politécnica da
USP (Universidade de São Paulo), no início da robótica o lugar
era arrumado para receber o
robô, mas cada vez mais "eles
estão sendo adaptados para o
jeito no qual vivemos".
Ela explica que os novos robôs estão sendo feitos para ter
uma interação melhor com os
seres humanos. "Um robozinho para cuidar de um idoso ou
de uma criança, por exemplo."
E, de acordo com Reali, quanto
mais as máquinas têm feições e
jeitos humanos ("mais empatia, sorrisos e possibilidade de
conversas"), mais sucesso elas
têm tido em seu relacionamento com seres humanos.
Além disso, Reali conta que o
desenvolvimento dos humanoides ajuda na criação de próteses mais inteligentes.
Mas chegar e interagir com o
ser humano é algo extremamente difícil para um robô, por
mais simples que pareça o resultado. Essa interação é um
dos problemas enfrentados pela robótica atual, segundo um
grupo de estudiosos da área
composto pelos professores
Alexandre da Silva Simões e
Marcelo Nicoletti Franchin, da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista), e Jackson Paul Matsuura e Esther Colombini, do
ITA (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica).
Segundo o grupo, muitos
sensores precisam ser usados
para detectar o que está acontecendo no ambiente, e um poder de processamento considerável é necessário para que as
informações sejam coletadas e
a decisão seja tomada.
História e dinheiro
A robótica surgiu com caráter industrial nos anos 1960,
quando os robôs eram máquinas pesadas, que ajudavam na
linha de produção. Mas pesquisas feitas nos últimos 30 anos
propiciaram um avanço em
componentes como processadores e sensores, que possibilitaram criações mais avançadas.
Entre elas, os humanoides.
A área continua crescendo,
apesar de ter sido atingida pela
crise financeira. A Federação
Internacional de Robótica estima que as vendas de robôs industriais e de serviço (usados
em segurança, limpeza e medicina tenham movimentado
US$ 30 bilhões em 2008.
(AMANDA DEMETRIO).
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