DIÓGENES MUNIZ
EDITOR DE INFORMÁTICA DA FOLHA ONLINE

Por meio de anúncios, dezenas de empresas de grande porte ajudam a financiar sites que violam os direitos autorais.
Usando o serviço de publicidade de links patrocinados, elas expõem propagandas em páginas como SeriesBr, derrubada a pedido da APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música) neste mês por fornecer download de seriados televisivos sem autorização.
Os links patrocinados combinam produtos e serviços ao conteúdo que as páginas exibem -ou seja, adaptam a propaganda ao contexto da navegação dos leitores para tentar atingir um maior número de potenciais consumidores.
"Na maioria das vezes, as grandes empresas não fazem anúncios diretos, elas nem sabem que patrocinam esse tipo de situação. Temos alertado suas agências de publicidade para mostrar que elas estão patrocinando piratas", afirma Antônio Borges Filho, diretor-executivo da APCM.
Para o blogueiro Carlos Cardoso, que destacou a contradição entre sites piratas e anunciantes no blog Meio Bit (tinyurl.com/cvx2nh), as empresas responsáveis pelos programas de anúncios direcionados fazem vista grossa para certos tipos de irregularidades. "O Google filtra malware, sites de pornografia infantil, sites que o governo chinês manda, mas não se dá ao trabalho de bloquear sites piratas."
Segundo Yahoo! e Google, os anúncios são monitorados por ferramentas que excluem propagandas consideradas inadequadas e os anunciantes têm controles para saber onde suas marcas estão aparecendo.
Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil, ressalta que, "como nenhum processo é perfeito, existe a possibilidade de alguns desses sites fora do regulamento rodarem anúncios por um breve tempo, até que possamos agir".


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