São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003 |
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TECNOLOGIA Sistemas de rastreamento permitem fornecer serviços personalizados e ajudam em situações de emergência Celular monitora localização de usuário
ERIC W. PFEIFFER DA "TECHNOLOGY REVIEW" Amanda senta-se preguiçosamente no bar de um restaurante, mexendo e bebericando um coquetel. Mas, apesar de parecer calma, ela está ansiosa: o rapaz com quem ela marcou um encontro está quase 15 minutos atrasado. Ela pensa em telefonar, mas não quer parecer nervosa. Então ela pega seu telefone celular, mas, em vez de ligar para o rapaz, abre um menu especial, digita seu número e vê que ele está na esquina da Prospect com a Broadway, a três minutos dali. Quando ele entra, Amanda dispensa suas desculpas, dizendo que não estava nada preocupada. Parece fantasioso ou implausível? A computação baseada na localização automática por radar é a última tendência em dispositivos sem fios. Além de oferecer novos serviços aos clientes e novos fluxos de receita para as operadoras de telefonia, pode salvar vidas. A idéia é produzir celulares, PDAs (assistentes pessoais digitais) e até peças de vestuário capazes de rastrear seus portadores. A companhia de telecomunicações japonesa KDDI já está oferecendo mais de cem serviços de localização. Os japoneses podem adquirir desde braceletes que permitem que os pais localizem seus filhos até telefones celulares que indicam o caminho para restaurantes baratos. Na Coréia, 2 milhões de cidadãos usam seus celulares para localizar amigos próximos e para achar as cafeterias mais convenientes para encontros inesperados. Na Europa, as redes de celular podem localizar usuários e fornecer instruções personalizadas de como chegar ao Big Ben ou à Torre Eiffel. Os Estados Unidos estão um pouco atrás: a AT&T Wireless já oferece o melhor serviço de localização, o descobridor de amigos, mas apenas para poucas centenas de milhares de seus 21,2 milhões de assinantes. A empresa de pesquisa de mercado Gartner, entretanto, prevê que o número de empresas e de consumidores americanos que utilizam serviços de localização subirá de 150 mil em 2002 para 42 milhões em 2005, com o mercado crescendo de US$ 6 milhões para US$ 828 milhões. A Gartner estima que, em todo o mundo, o mercado venha a superar os US$ 26 bilhões em 2007. Além de propiciar encontros para encalhados, ajudar pessoas que gostam de fazer compras e orientar executivos famintos, os serviços de localização poderiam ajudar bombeiros a encontrar vítimas presas em incêndios. Dificuldades Antes que os serviços de localização possam encontrar o seu caminho, muitos obstáculos precisam ser superados. As tecnologias ainda têm de alcançar a precisão e a consistência necessárias para concretizar os serviços mais avançados -especialmente em locais fechados, onde paredes e outras obstruções atrapalham a transmissão dos sinais. É preciso estabelecer normas para guiar as informações de localização através das diversas redes sem fios, bem como para formatar os dados uma vez que eles cheguem a um celular ou PDA. Os consumidores, então, terão à sua disposição um conjunto de tecnologias trabalhando juntas para assegurar que alguém ou alguma rede sempre saiba onde você está, o que você está procurando e aonde você precisa chegar. Pense nisso como um Big Brother consentido -um irmão mais velho com bom senso de direção. Tradução de Angela Caracik Texto Anterior: Capa 22.10 Próximo Texto: Seleção de tecnologia sem fios está indefinida Índice |
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