UOL


São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seleção de tecnologia sem fios está indefinida

DA "TECHNOLOGY REVIEW"

As tecnologias de localização têm suas raízes na Europa e na Ásia devido à conveniência que aqueles continentes oferecem, mas a força propulsora nos EUA tem sido, até agora, a segurança.
Seis anos atrás, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) determinou que as operadoras de telefonia celular estejam capacitadas a localizar automaticamente qualquer pessoa que ligue para o número 911 (emergência).
Em dezembro de 2005, as prestadoras terão de ser capazes de localizar quem está chamando com uma precisão de 50 m a 100 m (dependendo da tecnologia utilizada). Ou seja: milhões de telefones celulares já têm ou logo passarão a ter recursos de localização.
Porém, no momento, a definição de quais tecnologias de localização terão um papel nessa infra-estrutura imposta pela FCC não está clara. Cada uma delas tem vantagens e desvantagens relacionadas à precisão, ao consumo de energia e ao preço.
A infra-estrutura final "será uma combinação de um punhado de coisas diferentes", diz Jonathan Spinney, um gerente da Esri, empresa líder em mapeamento e posicionamento sediada em Redlands, na Califórnia.
A primeira fase do desafio é o rastreamento em espaços externos. Dois dos mais promissores meios de rastreamento em ambientes externos são o Global Positioning System (GPS) e as redes de celulares existentes.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos lançou o GPS em 1978 para possibilitar o bombardeio com armas de precisão. Hoje, milhares de carros equipados com GPS ajudam civis a transpor os campos minados de vias urbanas congestionadas.
Os receptores fixam a posição calculando o tempo de percurso dos sinais de rádio até pelo menos três de 24 satélites GPS que giram em torno da Terra em órbitas conhecidas. Atualmente, a precisão fica entre 5 m e 20 m, mas, considerando que exige uma linha de visão para os satélites, o GPS não funciona bem em grandes cidades.
Para superar essa deficiência, algumas prestadoras de serviço móvel celular empregam uma tecnologia conhecida como GPS assistido. Com essa tecnologia, a rede celular existente complementa os receptores GPS, que podem levar vários minutos para localizar os satélites.
A rede agiliza esse processo de busca e localização e ajuda o GPS a funcionar, identificando os satélites de posicionamento mais próximos e fornecendo uma espécie de orientação para o GPS.
As operadoras coreanas e japonesas adotaram amplamente o GPS assistido e, como resultado, a Qualcomm tem vendido milhões de telefones celulares GPS para clientes asiáticos.
Em uma abordagem similar -você pode chamá-la de "GPS habilitado para TV"-, a Rosum, uma empresa recentemente criada na Califórnia, está usando sinais de transmissão de TV para ajudar o GPS a achar satélites.
Os sinais de transmissão televisiva podem ser preferíveis aos de celulares porque já cobrem uma ampla área geográfica e penetram em edifícios mais facilmente.
Mas qualquer tipo de GPS exige que os consumidores comprem aparelhos compatíveis. Essa transição pode levar anos.
Assim, algumas operadoras de serviço móvel celular desenvolveram formas engenhosas de usar isoladamente suas redes existentes para apontar a localização de clientes. Como as redes de telefonia móvel são divididas em células individuais (daí o termo "celular") que passam as chamadas umas para as outras, a célula que o usuário está usando indica aproximadamente sua posição.
A exatidão, entretanto, é insatisfatória. Um relatório da Gartner menciona que ela está entre 30 km e 150 km, dependendo das condições. Se estiver procurando por um restaurante chinês em Nova York, você terá muitos para escolher.
Um método chamado "diferença de tempo de chegada" ("time difference of arrival") pode reduzir o número de indicações. Similar à triangulação do GPS, essa abordagem assinala a localização medindo o tempo exato que o sinal de um telefone celular leva para percorrer três ou mais estações e calculando as diferenças.
Se houver apenas duas células, o que frequentemente ocorre em áreas rurais, os ângulos dos sinais podem fornecer informações adicionais sobre a localização.
Mas, embora não exijam que os usuários adquiram novos equipamentos, as tecnologias celulares de localização ainda não são tão precisas quanto o GPS. Embora sejam suficientes para atender às exigências do governo em relação ao 911, não se prestam a serviços de navegação. Essa é a razão pela qual o GPS prevalecerá: "Todos irão para o GPS assistido", diz Spinney.


Texto Anterior: Tecnologia: Celular monitora localização de usuário
Próximo Texto: Mapeamento
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.