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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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Privacidade é colocada em risco

DA "TECHNOLOGY REVIEW"

À medida que nossos aparelhos portáteis ganham maior capacidade de indicar a nossa localização, uma pergunta se apresenta naturalmente: estamos certos de que queremos isso?
Os serviços de localização podem ser benéficos, mas apenas se o perturbador problema da privacidade for resolvido primeiro.
Se não queremos que nem nossos amigos saibam onde estamos durante todo o tempo, imagine a potencial chateação proporcionada por anunciantes e empresas de marketing.
Mais cedo ou mais tarde -provavelmente mais cedo-, os consumidores exigirão a capacidade de não serem encontrados. Mesmo o engenheiro Brad Parkinson, que desenvolveu o GPS nos anos 70, preocupa-se com a questão. "Em cinco anos, os serviços de localização se tornarão muito mais insidiosos do que já são. Não há nenhuma dúvida sobre isso", diz.
Arnold Gum, executivo da Qualcomm, compreende a necessidade de privacidade e acredita que a melhor resposta é dar aos consumidores a capacidade de desligar o serviço de localização em seus telefones, o que a tecnologia da empresa permite.
De uma forma similar, o serviço de localização de amigos da AT&T oferece aos usuários a opção de "invisibilidade". Além disso, as máquinas que controlam os serviços podem ser programadas com regras severas sobre quem pode localizar a quem e quando (leia texto ao lado).
Os profissionais da área acreditam que, a longo prazo, as vantagens da localização superarão amplamente as desvantagens. "Existem muitas coisas novas que você pode fazer com os serviços de localização", diz Gum. Por exemplo, ele prevê, esqueceremos os mapas de estradas e deixaremos que a tecnologia se preocupe em nos dizer onde estamos.
"Não terei mais de prestar tanta atenção às placas de ruas", afirma. No futuro, ele acrescenta, nossos telefones celulares vão saber quando estivermos chegando em casa e enviarão um comando para acender as luzes.
Num prazo de cinco anos, concorda Spinney, os serviços de localização se tornarão onipresentes. Seu poder "estará lá, e qualquer desenvolvedor de aplicações será capaz de agarrá-lo e de usá-lo. Uma vez que isso aconteça, você terá o potencial para que as coisas estourem", afirma. Então talvez jamais nos percamos de novo.


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