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tecnologia
Lente de contato vê realidade aumentada
EXPERIÊNCIA Cientistas norte-americanos desenvolvem sistema para mandar informações diretamente para os olhos
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EM BERKELEY
O encontro entre informações visuais virtuais e imagens
do mundo real, conceito conhecido como realidade aumentada, poderá acontecer diretamente no olho humano -sem
telas de celular ou computador.
Um dos projetos explorando
a ideia, que parece saída das páginas do escritor de ficção científica William Gibson ("Neuromancer"), é de autoria de Babak Parviz, pesquisador da Universidade de Washington, Seattle. Ele está desenvolvendo lentes de contato com capacidade
para gerar imagens virtuais sobre o campo de visão de quem
as utiliza.
Em teoria, com a lente, motoristas poderiam dirigir e receber direções diante dos
olhos, ou oradores poderiam
ler discursos sem ajuda de papel ou monitores.
Parviz também aposta no uso
das lentes como ferramenta para acompanhamento da saúde.
Ele trabalha no desenvolvimento de sensores para monitorar e alertar sobre níveis de
glicose -algo que ele diz esperar tornar-se realidade daqui a
cinco ou dez anos.
Protótipo
Por ora, a equipe do pesquisador já conseguiu produzir um
protótipo que inclui LED (tecnologia de iluminação utilizada
em televisores modernos), um
chip e uma antena que transmite a energia para o LED de maneira sem fio. Tudo isso num
espaço de 1,5 centímetro quadrado.
Uma vez superado o desafio
do pequeno espaço, as lentes
também devem ganhar outras
microestruturas, como transistores de cristal único de silício e
fotodetectores de silício.
Os primeiros usuários das
lentes foram coelhos, submetidos a sessões de 20 minutos
com elas nos olhos. Parviz diz
os animais não tiveram efeitos
colaterais.
Os coelhos, porém, não viram realidade aumentada ou tiveram seus níveis de glicose
medidos. Os testes foram conduzidos para que os pesquisadores pudessem se assegurar
da compatibilidade do material
com os olhos.
Outra pesquisa
Mas Parviz não é o único pesquisador a querer transformar
os olhos humanos em telas de
computador.
Também no Estado de Washington, a empresa Microvision desenvolve o seu monitor
retinal virtual, nome da categoria de aparelhos usados diretamente nos olhos que geram
imagens sobre o mundo real.
A empresa foi contratada pelas Forças Armadas dos EUA
para desenvolver óculos com
capacidade de receber informações visuais. O equipamento
daria mais agilidade aos soldados, que, em momentos de conflito, precisam acessar uma
grande quantidade de informações em pouco tempo.
No site da companhia (www.microvision.com), existe
também menção sobre o uso
do produto pelo consumidor
comum. Mas tanto os produtos
militares quanto os destinados
ao consumidor ainda estão em
fase de desenvolvimento. Até o
fim do ano, uma versão beta
dos óculos deverá ser entregue
ao Exército.
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