São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Dispositivo pode causar danos aos olhos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BERKELEY

A segurança oferecida pelas lentes futuristas ainda deve render polêmica ao projeto. Elas terão partes feitas com metais e substâncias químicas tóxicas. Além disso, a antena usada para gerar energia nas lentes emitirá radiação, como todo equipamento que trabalha com radiofrequência.
Sobre a radiação, Parviz disse à Folha que as lentes trabalharão em potências mais baixas que os celulares e, portanto, emitirão menos radiação. Paralelamente, a emissão de radiação por celulares voltou a ser discutida nos EUA nas últimas semanas, com a publicação de um estudo sobre um assunto pela ONG Environmental Working Group.

Frequência
De acordo com o FCC, a Anatel americana, a densidade máxima permitida da potência de aparelhos operando em frequências de 1,5 GHz a 100 GHz é de 1 miliwatt por centímetro quadrado.
O professor diz que seus protótipos atuais podem operar em frequências de 900 MHz a 6 GHz; celulares normalmente operam na faixa de 1,9 GHz.
Sobre os outros componentes eletrônicos, Parviz diz que eles serão encapsulados em material compatível com os olhos antes de serem anexados às lentes. A limpeza das lentes do futuro seria como a de lentes convencionais, e sua vida útil seria parecida com a de lentes de contato rígidas gás-permeáveis, que duram cerca de um ano.

Calor
Outro desafio das lentes será não gerar um aumento de temperatura acentuado enquanto todo o seu poder computacional estiver em ação.
O professor diz que a temperatura gerada pelas lentes obrigatoriamente tem que ficar abaixo dos 45 C. Dessa forma, segundo ele, o calor não deverá ser um problema.
Porém não é isso o que pensam oftalmologistas ouvidos pela Folha. Jerry Rapp, da Escola de Oftalmologia da State University of New York, diz que não seria uma "boa ideia" submeter os olhos a qualquer aumento de temperatura.
Ele cita a fragilidade das proteínas, estruturas fundamentais nas atividades celulares de todos os seres vivos.
Proteínas in vitro (fora de um organismo vivo) sofrem deformações a partir de 55 C. Portanto, diz o professor, para evitar possíveis danos, não seria aconselhável aumentar para até 45 C as proteínas das células dos olhos humanos.


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