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Dispositivo pode causar danos aos olhos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BERKELEY
A segurança oferecida pelas
lentes futuristas ainda deve
render polêmica ao projeto.
Elas terão partes feitas com
metais e substâncias químicas
tóxicas. Além disso, a antena
usada para gerar energia nas
lentes emitirá radiação, como
todo equipamento que trabalha
com radiofrequência.
Sobre a radiação, Parviz disse
à Folha que as lentes trabalharão em potências mais baixas
que os celulares e, portanto,
emitirão menos radiação. Paralelamente, a emissão de radiação por celulares voltou a ser
discutida nos EUA nas últimas
semanas, com a publicação de
um estudo sobre um assunto
pela ONG Environmental
Working Group.
Frequência
De acordo com o FCC, a Anatel americana, a densidade máxima permitida da potência de
aparelhos operando em frequências de 1,5 GHz a 100 GHz
é de 1 miliwatt por centímetro
quadrado.
O professor diz que seus protótipos atuais podem operar
em frequências de 900 MHz a 6
GHz; celulares normalmente
operam na faixa de 1,9 GHz.
Sobre os outros componentes eletrônicos, Parviz diz que
eles serão encapsulados em
material compatível com os
olhos antes de serem anexados
às lentes. A limpeza das lentes
do futuro seria como a de lentes
convencionais, e sua vida útil
seria parecida com a de lentes
de contato rígidas gás-permeáveis, que duram cerca de um
ano.
Calor
Outro desafio das lentes será
não gerar um aumento de temperatura acentuado enquanto
todo o seu poder computacional estiver em ação.
O professor diz que a temperatura gerada pelas lentes obrigatoriamente tem que ficar
abaixo dos 45 C. Dessa forma,
segundo ele, o calor não deverá
ser um problema.
Porém não é isso o que pensam oftalmologistas ouvidos
pela Folha. Jerry Rapp, da Escola de Oftalmologia da State
University of New York, diz
que não seria uma "boa ideia"
submeter os olhos a qualquer
aumento de temperatura.
Ele cita a fragilidade das proteínas, estruturas fundamentais nas atividades celulares de
todos os seres vivos.
Proteínas in vitro (fora de
um organismo vivo) sofrem deformações a partir de 55 C.
Portanto, diz o professor, para
evitar possíveis danos, não seria aconselhável aumentar para até 45 C as proteínas das células dos olhos humanos.
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