São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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Especialistas dão vida longa às carinhas

DA FOLHA ONLINE

Próximo de completar 30 anos, o emoticon ainda tem muito tempo de vida -inclusive no árido ambiente profissional. É o que dizem especialistas ouvidos pela reportagem.
"Pode parecer bobagem, mas essas "modulações emocionais" são fundamentais para manter uma conversa em tempo real, ajudando a estabelecer uma relação de confiança entre quem está conversando", afirma Ronaldo Lemos, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), diretor do Creative Commons no Brasil e colunista de internet do Folhateen.
Segundo ele, mesmo aquelas expressões sem animação e compostas somente por caracteres (as carinhas clássicas) permanecerão em alta e se reinventando. "Ainda há muito espaço para os emoticons tradicionais evoluírem por conta própria", prevê.
Roberto Caldeira, autor do blog Seu Próximo Emprego (seuproximoemprego.blog.uol.com.br), sugere uma fórmula. "Aprovo o uso apenas para contato interno na [mesma] empresa, jamais em contato externo [com outra companhia]", diz Caldeira.
Na mesma linha, o consultor do "Fantástico", da TV Globo, Max Gehringer diz que "emoticons podem e devem ser usados por colegas de trabalho com interesses afins e graus hierárquicos semelhantes".
Mas esse tipo de recurso deve ser usado com moderação. "Quando as pessoas abusam, ele se torna muito chato. A comunicação fica poluída com animações e isso atrapalha a conversa", pondera Lemos.
"Não me parece apropriado mandar um e-mail para um diretor meio conservador com emoticons que ele talvez nem saiba o que significam", afirma Gehringer. "Em caso de dúvida, sugiro que quem estiver escrevendo pense se usaria termos de gíria e tratamento informal na mensagem. Se a resposta for não, é melhor evitar", diz.
Enquete feita pela Folha Online na semana passada mostra que há receio com relação a esse tipo de expressão no ambiente profissional. Até o fechamento desta edição, cerca de 90% dos mais de 5.000 votantes disseram preferir evitar os emoticons no trabalho. Para votar, acesse polls.folha.com.br/poll/informatica.


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