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Excêntrico, Ballmer comanda a Microsoft
DA REPORTAGEM LOCAL
Executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer é famoso
pela extravagância -um flagrante contraponto ao ar sereno do fundador Bill Gates, que
deixou suas atividades diárias
na empresa no ano passado para se dedicar à filantropia.
Algumas das espalhafatosas
aparições públicas de Ballmer
se tornaram fenômenos na internet. Em um vídeo bastante
popular no YouTube (bit.ly/ballmer1), Ballmer pula e grita
sobre o palco durante um evento para funcionários da Microsoft. "Tenho quatro palavras
para vocês: Eu amo esta empresa", anuncia, aos berros.
Em outro vídeo famoso
(bit.ly/ballmer2), ele aparece
com a camisa banhada de suor,
a repetir incessante e vigorosamente a palavra desenvolvedores, em inglês ("developers, developers, developers, developers"), para uma plateia formada por esses profissionais.
Aos 53 anos, Ballmer trabalha na Microsoft desde 1980.
Foi promovido a presidente em
1998 e a executivo-chefe em
2000. Sua fortuna pessoal é estimada em US$ 11 bilhões pela
revista "Forbes" -o que o torna o 29º mais rico do mundo.
Para além da figura folclórica, Ballmer é um líder dedicado. "Bill Gates consegue pensar
no futuro a partir da estratosfera porque Steve Ballmer, um
presidente duro e obcecado,
mantém o show na estrada",
escreveu, em 2000, o antropólogo e psicanalista norte-americano Michael Maccoby.
A intensidade com que ele se
entrega à empresa se converte
também em incidentes. Em
2004, o desenvolvedor Mark
Lucovsky informou a Ballmer
que estava deixando a Microsoft para trabalhar no Google.
Nesse momento, de acordo
com um depoimento de Lucovsky à Justiça, Ballmer ficou
furioso, arremessou a própria
cadeira e lançou pesadas ofensas a Eric Schmidt, executivo-chefe do Google, que já tinha
passado por empresas de tecnologia como Sun e Novell:
"Vou enterrar esse cara. Já fiz
isso antes e vou fazer de novo.
Vou matar o Google."
Em comunicado, Ballmer
classificou o relato de Lucovsky de "exagero vulgar". "A
caracterização dele da reunião
não é exata", afirmou.
"Hoje, quando você fala da
Microsoft, não fala mais em um
executivo", afirma Osvaldo
Barbosa de Oliveira, da Microsoft Brasil, para quem a estratégia da empresa é fruto do trabalho de uma equipe de comandantes de diferentes áreas,
encabeçada por Ballmer. "A
Microsoft, há anos, tem um time de líderes muito maduros e
experientes."
(RAFAEL CAPANEMA)
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