São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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Para eles, não há tempo ruim

Tecnologias criadas para uso militar chegam a alguns modelos de portáteis comerciais, que suportam quedas e grande variação de temperatura

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se McGyver, da série de ação "Profissão Perigo", ainda estivesse na ativa, ele poderia contar com mais do que canivetes e fósforos para escapar dos perigos. Um notebook que funciona a até 60C, um celular resistente a quedas, câmeras fotográficas com proteção contra a neve e tocadores de MP3 à prova d'água seriam alguns dos portáteis que poderiam figurar na mochila do herói.
Mas mesmo os cidadãos comuns podem tirar proveito dos equipamentos resistentes que vêm sendo apresentados pelas fabricantes de eletrônicos. Dotados de revestimentos especiais e de mecanismos de amortecimento, esses modelos estão aptos a escapar de percalços, como copos de café derramados sobre o teclado ou quedas acidentais.
O aumento da resistência é acompanhado pelo desenvolvimento de novos tipos de conexão sem fio, que possibilitam ao usuário não só levar seu portátil a lugares inóspitos mas também trocar e-mails e navegar na internet.

Redes
O padrão de conexão sem fio presente na maioria dos notebooks é o Wi-Fi. Processadores de fabricantes como a AMD e a Intel dispõem de tecnologias especiais para esse tipo de rede, chamadas, respectivamente, de AMD Turion 64 e de Centrino.
No início deste mês, a Intel lançou uma edição da Centrino voltada aos notebooks dotados dos novos processadores de núcleo duplo da empresa, batizados de Core Duo. É a tecnologia Centrino Duo, que promete maior autonomia de bateria e melhor qualidade de conexão. Segundo sua assessoria, a AMD ainda não dispõe de tecnologia especial para chips dual core.
O alcance da Wi-Fi é limitado: o sinal de cada antena tem cobertura de aproximadamente 50 metros. No entanto, essa limitação é compensada pela popularidade da rede, que além dos portáteis compatíveis, dispõe de vários pontos de acesso espalhados pelas áreas urbanas.
Uma solução mais abrangente que a Wi-Fi é a WiMax, cujo sinal alcança cerca de 50 quilômetros, suficiente para cobrir uma cidade inteira. Mas, em termos de popularização, a WiMax ainda não dispõe da mesma adesão por parte das fabricantes de eletrônicos -o que poderá vir a ser resolvido com o tempo.
Muitas empresas preferem embutir em seus portáteis a capacidade de conexão por meio de redes telefônicas de alta velocidade. As mais utilizadas são a GPRS e a Edge, para o padrão de telefonia móvel GSM, e a EV-DO, para o padrão CDMA. As redes de telefonia celular e as Wi-Fi também podem ser usadas para determinar a localização de uma pessoa. Segundo pesquisadores, elas poderiam até mesmo substituir -com vantagens- o sistema de posicionamento global GPS.
Nele, um sinal é emitido dos satélites que integram o sistema para o portátil. Dependendo do tempo que o sinal leva para chegar ao aparelho, é possível determinar sua latitude e longitude.
Não é possível, porém, determinar a altitude do usuário, o que pode ser feito por outras redes sem fio. Além disso, essas conexões sofrem menos com bloqueio de sinal provocado pelos prédios altos, que barram a chegada do sinal do satélite em órbita à Terra.


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