São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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Blindagem protege micros comuns

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um notebook comum sofreu uma transformação especial para virar um portátil duro na queda. O objetivo era usá-lo para medir com precisão os cumes do Brasil, numa expedição comandada pelo tenente-coronel Edmundo Lopes Cecílio, professor de informática do Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro.
Com quase cinco quilos, o notebook esteve em algumas das mais altas montanhas do país, como o pico da Neblina e o monte Roraima, na expedição Pontos Culminantes do Brasil, feita em conjunto com o IBGE. Só no pico da Neblina, o equipamento trabalhou por dez dias em meio a grande umidade e a constantes mudanças de temperatura.
Para sair ileso desta expedição, um notebook convencional foi levado para a Indústria de Materiais Bélicos do Brasil (Imbel) para que passasse por um processo de robustecimento, o que acabou lhe rendendo dois quilos a mais.

Reforço
A transformação do micro consiste em uma blindagem completa e na adição de sistemas extras de resfriamento. Além disso, ao ser blindado, o notebook deixa de ser compatível com mouses externos, pois todos os conectores são selados e os cabos passam a obedecer normas do serviço militar.
O recarregamento da bateria é feito por meio de energia solar, assim como os outros equipamentos de localização, de comunicação e de medição utilizados pela equipe.
Do alto dos 2.994 metros do pico da Neblina (a medição anterior apontava 3.014 metros), o tenente-coronel Cecílio permaneceu conectado à base durante todo o tempo. Por meio de uma conexão via satélite, chamada Globalstar, foi possível consultar materiais e enviar informações atualizadas. "O sinal do satélite cobre todo o território nacional e só perdíamos a comunicação, que era rapidamente restabelecida, em casos de bloqueio da visada", relembra Cecílio.
Além de escalar as montanhas, o notebook blindado também acabou indo parar no meio do oceano. No começo de 2005, o tenente-coronel participou de uma expedição até a ilha de Trindade, o território brasileiro mais distante da costa, localizado a 1.200 quilômetros do Espírito Santo. "Mesmo lá pudemos utilizar internet e conversar normalmente durante os 15 dias da expedição", conta o militar, que pôde responder a seus e-mails no meio do oceano. Cecílio mantém um blog (edmundocecilio.blogspot.com) em que publicou mais informações sobre a expedição.


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