|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Blindagem protege micros comuns
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um notebook comum sofreu
uma transformação especial para
virar um portátil duro na queda.
O objetivo era usá-lo para medir
com precisão os cumes do Brasil,
numa expedição comandada pelo
tenente-coronel Edmundo Lopes
Cecílio, professor de informática
do Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro.
Com quase cinco quilos, o notebook esteve em algumas das mais
altas montanhas do país, como o
pico da Neblina e o monte Roraima, na expedição Pontos Culminantes do Brasil, feita em conjunto com o IBGE. Só no pico da Neblina, o equipamento trabalhou
por dez dias em meio a grande
umidade e a constantes mudanças de temperatura.
Para sair ileso desta expedição,
um notebook convencional foi levado para a Indústria de Materiais
Bélicos do Brasil (Imbel) para que
passasse por um processo de robustecimento, o que acabou lhe
rendendo dois quilos a mais.
Reforço
A transformação do micro consiste em uma blindagem completa e na adição de sistemas extras
de resfriamento. Além disso, ao
ser blindado, o notebook deixa de
ser compatível com mouses externos, pois todos os conectores são
selados e os cabos passam a obedecer normas do serviço militar.
O recarregamento da bateria é
feito por meio de energia solar, assim como os outros equipamentos de localização, de comunicação e de medição utilizados pela
equipe.
Do alto dos 2.994 metros do pico da Neblina (a medição anterior
apontava 3.014 metros), o tenente-coronel Cecílio permaneceu
conectado à base durante todo o
tempo. Por meio de uma conexão
via satélite, chamada Globalstar,
foi possível consultar materiais e
enviar informações atualizadas.
"O sinal do satélite cobre todo o
território nacional e só perdíamos
a comunicação, que era rapidamente restabelecida, em casos de
bloqueio da visada", relembra Cecílio.
Além de escalar as montanhas,
o notebook blindado também
acabou indo parar no meio do
oceano. No começo de 2005, o tenente-coronel participou de uma
expedição até a ilha de Trindade,
o território brasileiro mais distante da costa, localizado a 1.200 quilômetros do Espírito Santo. "Mesmo lá pudemos utilizar internet e
conversar normalmente durante
os 15 dias da expedição", conta o
militar, que pôde responder a
seus e-mails no meio do oceano.
Cecílio mantém um blog
(edmundocecilio.blogspot.com)
em que publicou mais informações sobre a expedição.
Texto Anterior: Resistência: Notebooks suportam quedas e umidade Próximo Texto: Resistência: Tocadores e câmeras têm versão aquática Índice
|