São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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CONTEÚDO

Portais superaram limitações técnicas para informar e divertir

JULIANO BARRETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Durante a campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, ninguém foi para a frente do computador para saber se Romário disputaria ou não as finais.
Em 1998, quando o baixinho foi cortado do time, suas declarações apareceram de maneira simultânea na TV, no rádio e na internet.
Neste ano, quando o artilheiro fez sua partida de despedida, bastavam alguns cliques para assistir aos replays de suas jogadas.
Os avanços tecnológicos tornaram isso possível. Páginas feitas apenas por textos e links se transformaram em portais que oferecem transmissões ao vivo, imagens exclusivas e notícias que, muitas vezes, são veiculadas antes na rede do que na TV.
"Talvez o grande legado da internet tenha sido criar a cultura de ir correndo para o computador quando se quer saber de alguma coisa. A pessoa não fica mais esperando a televisão ou o rádio, ela vai para a internet", diz o diretor de conteúdo do portal Terra (www.terra.com.br), Antônio Prada.
Para alcançar esse ponto, os sites de conteúdo precisaram superar diversas limitações técnicas.
Além da baixa velocidade de conexão, não havia ferramentas adequadas para a transmissão de áudio e de vídeo, e o público não conhecia a internet.
"Ninguém tinha acesso à rede, então não fazia sentido publicar conteúdo se não havia ninguém para acessá-lo. Por isso, o UOL se lançou como provedor de acesso", relembra a diretora de conteúdo do portal, Márion Strecker.
Até mesmo a publicação de textos era complicada. "Precisávamos editar as matérias dentro do código HTML das páginas. Era um serviço muito manual, como carregar sacos. A internet há dez anos era como Serra Pelada", compara Prada, que participou da primeira versão on-line do jornal "Diário do Grande ABC".
Naquela época, o navegador mais usado era o Netscape e a única opção de software para sintonizar transmissões de áudio e de vídeo via internet era o Real Player, que precisava ser baixado separadamente. "Os vídeos precisavam ser muito rápidos e tinham dimensões extremamente pequenas na tela. Ainda assim, eles demoravam para carregar e tinham qualidade ruim. Não havia nem mesmo sincronização entre o som e a imagem", diz Strecker.
Outra dificuldade era criar uma identidade para aquilo que era publicado na rede. "O que se fazia antes era transportar material de revistas e de jornais para a internet. Com o tempo, o que aconteceu foi uma adaptação do conteúdo para essa nova mídia", diz Alessandra Blanco, diretora de conteúdo do iG (wwwig.com.br).
O aumento dos usuários com acesso à internet com banda larga facilitou a transmissão de conteúdo multimídia, mas o pioneirismo dos brasileiros vai tentar tirar um pouco mais das tecnologias disponíveis.
Além das galerias de fotos e de clipes de áudio, os grandes portais brasileiros prometem uma novidade para a cobertura da Copa do Mundo de 2006: a transmissão ao vivo de vídeos com treinos da seleção e entrevistas exclusivas.


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