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ENTRETENIMENTO
Sites e lojas on-line põem a música brasileira na internet
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A entrada da música brasileira
na internet não ocorreu em nenhum site, mas sim numa letra.
Em 1996, o atual ministro da Cultura, Gilberto Gil (www.gilbertogil.com.br), lançava a canção
"Pela internet", sobre a febre do
uso da rede, e criava expressões
como "macmilícia", "infomaré" e
"com quantos gigabytes se faz
uma jangada".
Gil foi também pioneiro no uso
da licença Creative Commons
(creativecommons.org), que relativiza o direito autoral para permitir reproduções e mixagens. Licenças como essa foram uma das
alternativas encontradas para
apaziguar as disputas travadas
entre internautas e indústria fonográfica.
A briga começou com o aparecimento do Napster, em 1999,
programa que permitia o compartilhamento de arquivos e era
usado por internautas do mundo
todo -inclusive por brasileiros- para trocar músicas em formato MP3. Pouco tempo depois
do lançamento, o criador do software, o adolescente Shaw Fanning, foi processado por um de
seus ídolos: a banda Metallica.
Seus integrantes, especialmente
o baterista Lars Ulrich, iniciaram
uma campanha contra os programas de compartilhamento, o que
resultaria na abertura de processos contra seus usuários por gravadoras norte-americanas.
Para regularizar a situação, foram criadas as lojas de música digital, que cobravam pelos
downloads e respeitavam os direitos de artistas, gravadoras e editoras de música.
Os brasileiros tiveram sua primeira loja on-line em 2000, três
anos antes de a Apple lançar a
iTunes (www.itunes.com). Era o
iMúsica (www.imusica.com.br),
que começou vendendo down-
loads a partir de R$ 1,50.
O acervo do iMúsica foi ampliado conforme a empresa foi estabelecendo parcerias com empresas fonográficas. Teve acordos firmados com diversas gravadoras,
como a Sony Music, a EMI, a Som
Livre e a Trama, que iam permitindo a disponibilização de faixas
digitais.
A Trama (www.trama.com.br)
também oferecia canções em seu
site. A primeira delas foi "Bob",
do cantor Otto, em 2001. "A iniciativa foi da gravadora, mas eu
sempre acreditei na internet. É
um canal maravilhoso para os artistas serem vistos e suas músicas
serem ouvidas", diz o cantor.
Em fevereiro de 2002, a Trama
tornou-se a primeira gravadora a
lançar um álbum na internet. Tratava-se de "Na Honestidade", da
banda Magazine, liderada por Kid
Vinil. A faixa "Conversível Irresistível" pôde ser baixada gratuitamente nos três meses seguintes.
Os artistas também aproveitaram a internet para contar a história de suas bandas, exibir suas discografias, contatos para shows e
comunicar-se com os fãs.
Os integrantes do Los Hermanos (www.loshermanos.com.br)
publicam quase diariamente notas e fotos sobre suas atividades.
O site de Ed Motta (www.edmotta.com.br) tem um programa de rádio com raridades selecionadas pelo cantor e suas canções em MP3.
(MARIANA BARROS)
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