São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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ENTRETENIMENTO

Sites e lojas on-line põem a música brasileira na internet

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A entrada da música brasileira na internet não ocorreu em nenhum site, mas sim numa letra. Em 1996, o atual ministro da Cultura, Gilberto Gil (www.gilbertogil.com.br), lançava a canção "Pela internet", sobre a febre do uso da rede, e criava expressões como "macmilícia", "infomaré" e "com quantos gigabytes se faz uma jangada".
Gil foi também pioneiro no uso da licença Creative Commons (creativecommons.org), que relativiza o direito autoral para permitir reproduções e mixagens. Licenças como essa foram uma das alternativas encontradas para apaziguar as disputas travadas entre internautas e indústria fonográfica.
A briga começou com o aparecimento do Napster, em 1999, programa que permitia o compartilhamento de arquivos e era usado por internautas do mundo todo -inclusive por brasileiros- para trocar músicas em formato MP3. Pouco tempo depois do lançamento, o criador do software, o adolescente Shaw Fanning, foi processado por um de seus ídolos: a banda Metallica.
Seus integrantes, especialmente o baterista Lars Ulrich, iniciaram uma campanha contra os programas de compartilhamento, o que resultaria na abertura de processos contra seus usuários por gravadoras norte-americanas.
Para regularizar a situação, foram criadas as lojas de música digital, que cobravam pelos downloads e respeitavam os direitos de artistas, gravadoras e editoras de música.
Os brasileiros tiveram sua primeira loja on-line em 2000, três anos antes de a Apple lançar a iTunes (www.itunes.com). Era o iMúsica (www.imusica.com.br), que começou vendendo down- loads a partir de R$ 1,50.
O acervo do iMúsica foi ampliado conforme a empresa foi estabelecendo parcerias com empresas fonográficas. Teve acordos firmados com diversas gravadoras, como a Sony Music, a EMI, a Som Livre e a Trama, que iam permitindo a disponibilização de faixas digitais.
A Trama (www.trama.com.br) também oferecia canções em seu site. A primeira delas foi "Bob", do cantor Otto, em 2001. "A iniciativa foi da gravadora, mas eu sempre acreditei na internet. É um canal maravilhoso para os artistas serem vistos e suas músicas serem ouvidas", diz o cantor.
Em fevereiro de 2002, a Trama tornou-se a primeira gravadora a lançar um álbum na internet. Tratava-se de "Na Honestidade", da banda Magazine, liderada por Kid Vinil. A faixa "Conversível Irresistível" pôde ser baixada gratuitamente nos três meses seguintes.
Os artistas também aproveitaram a internet para contar a história de suas bandas, exibir suas discografias, contatos para shows e comunicar-se com os fãs.
Os integrantes do Los Hermanos (www.loshermanos.com.br) publicam quase diariamente notas e fotos sobre suas atividades.
O site de Ed Motta (www.edmotta.com.br) tem um programa de rádio com raridades selecionadas pelo cantor e suas canções em MP3.
(MARIANA BARROS)


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