São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Web conquista Festival de Cannes

CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

A internet já conquistou posto de honra no mundo publicitário, como mostram as campanhas que tiveram destaque no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, realizado na semana passada.
A campanha Uniqlock, que ganhou o prêmio máximo do festival, o chamado Titanium Grand Prix, por exemplo, foi criada para a rede de lojas de roupas japonesa Uniqlo. Começou como um ícone do site, que usa bailarinas com roupas da marca como partes de um relógio. A coreografia e os modelos mudam a cada cinco segundos, para marcar as horas da região do mundo que se queira.
A campanha, que já tinha levado um Grand Prix para internet em Cannes, ganhou tamanha popularidade, com mais de 27 mil widgets colocados em blogs em 68 países diferentes, que a marca tornou-se popular mesmo onde não tem lojas.
Numa campanha para o canal HBO, uma projeção feita numa parede lisa de um prédio mostrava a vida dentro de apartamentos de ficção, como no filme "Janela Indiscreta". Nova-iorquinos começaram a seguir as vidas dos personagens com binóculos, acompanhá-las na internet, discutir em blogs e comunidades virtuais e, finalmente, puderam assistir ao programa "Voyeur", no HBO.
Outra tendência da comunicação trazida pela tecnologia é o maior poder dado ao consumidor. O jornal "The India Times" conclamou os indianos, num anúncio impresso em sua capa, a agir para mudar o país durante as comemorações dos 60 anos da independência. As sugestões deveriam ser mandadas para o site do jornal.
O movimento foi tamanho que surgiram blogs, programas de TV, anúncios espontâneos com celebridades e candidatos que se voluntariavam a virar líderes políticos do país. Houve até uma eleição com mais de 100 milhões de votos por SMS para escolher esses líderes. Um deles pode vir a ser o próximo primeiro-ministro da Índia.
Outra campanha que só foi feita por causa da tecnologia atual foi a criada para o fundo de pensão sueco AMF. Atuando numa área árida, num país onde o Estado garante a sobrevivência na velhice, a empresa queria conquistar os jovens.
Para isso, fez filmes de TV com pessoas famosas que eram envelhecidas por computador. Criou depois um endereço digital no qual recebia fotos do rosto das pessoas comuns. Alguns minutos depois, mandava-as de volta por computador ou celular, só que, agora, envelhecidas em imagens de alta qualidade. Mais de 300 mil pessoas mandaram suas fotos.
A produção de conteúdo e a interação com o consumidor também ganharam outra dimensão a partir dos banners publicados pelo jornal norueguês "Scandinavia Online".
Redatores entram nos banners e destacam alguns pontos das notícias -geralmente de maneira mais leve e bem-humorada- em um formato pouco usual. Os comentários aparecem com próprias letras e desenhos, porque são feitos num tablet PC.
Havia ainda inúmeros painéis, workshops e anúncios feitos para os países onde a internet por celular também já é uma realidade.
Uma delas mostrava o dia de um telefone celular na Coréia do Sul: de despertador a rádio para embalar o sono, funcionando também como TV, computador e até companheiro.


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