São Paulo, quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

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festa da tecnologia

Política marca debates na Campus Party

EVENTO Assessor da campanha de Obama dá palestra em São Paulo; campuseiros discutem uso da internet para ação cívica

AMANDA DEMETRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Campus Party, maior festa da tecnologia no Brasil, tem hoje o seu "dia da política", como definiu o diretor de conteúdo do evento, Sergio Amadeu. A edição 2010 do evento começou na segunda-feira e segue até domingo, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, reunindo milhares de fanáticos por tecnologia em geral e internet em particular.
O título se justifica já que as duas principais atrações na área dos campuseiros (que pagaram inscrição prévia e têm acesso à arena) são a apresentação de Scott Goodstein, estrategista da campanha eleitoral digital de Barack Obama, marcada para as 13h, e uma palestra sobre civic hacking -uso da internet para fortalecer o poder de ação da sociedade-, que ocorrerá às 19h.
Outro destaque é o debate sobre o fim do MP3, mediado por Brunno Constante, repórter do Portal MTV, às 11h30. A questão a ser discutida é a possível substituição da música em MP3 pelo streaming -serviço por meio do qual é possível ouvir músicas sem ter que baixar os arquivos no computador.
Quem não conseguiu se inscrever a tempo pode acompanhar as discussões e palestras em tv.campus-party.org.
A abertura oficial da festa ocorreu na madrugada de segunda para terça. Com a presença do ex-hacker e hoje especialista em segurança eletrônica Kevin Mitnick, os campuseiros fizeram a contagem regressiva e registraram o momento de todos os ângulos possíveis.
Feitas as honras, Mitnick foi tratado como celebridade pelos campuseiros. O ex-cibercriminoso foi cercado por fãs que pediam fotos e autógrafos -ele assinou de camisetas a notebooks.
"É maravilhoso estar aqui, eu amo o Brasil", afirmou Mitnick em uma conversa rápida com a Folha. Ele também comentou um pouco a evolução do cibercrime desde quando foi preso na década de 1990: "Naquele tempo, "hackear" era pela curiosidade intelectual e pelo desafio, diferentemente do que é hoje".

Falta de mulheres
Logo na fila para o credenciamento na Campus Party, o estudante Francisco Davoli, 23, dizia ter expectativa de encontrar "mais mulheres no evento". A reclamação do estudante tem um fundo de verdade: apenas 25,2% dos inscritos são do sexo feminino, segundo a organização. "A participação delas vem crescendo, mesmo que lentamente", diz Marcelo Branco, diretor-geral da Campus Party.
E a maioria do público tem menos de 30 anos. Segundo a organização, 68% dos campuseiros têm entre 18 e 29 anos.

Área aberta
Quem não conseguiu se inscrever pode visitar gratuitamente a área de exposições do evento. A previsão da organização é que 100 mil pessoas passem pelo local até domingo. O evento abre das 10h às 21h até sábado. No domingo, os portões fecham às 17h.

LEIA MAIS sobre a Campus Party em www.folha.com.br/circuitointegrado


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