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festa da tecnologia
Política marca debates na Campus Party
EVENTO Assessor da campanha de Obama dá palestra em São Paulo; campuseiros discutem uso da internet para ação cívica
AMANDA DEMETRIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Campus Party, maior festa
da tecnologia no Brasil, tem hoje o seu "dia da política", como
definiu o diretor de conteúdo
do evento, Sergio Amadeu. A
edição 2010 do evento começou na segunda-feira e segue
até domingo, no Centro de Exposições Imigrantes, em São
Paulo, reunindo milhares de fanáticos por tecnologia em geral
e internet em particular.
O título se justifica já que as
duas principais atrações na
área dos campuseiros (que pagaram inscrição prévia e têm
acesso à arena) são a apresentação de Scott Goodstein, estrategista da campanha eleitoral
digital de Barack Obama, marcada para as 13h, e uma palestra
sobre civic hacking -uso da internet para fortalecer o poder
de ação da sociedade-, que
ocorrerá às 19h.
Outro destaque é o debate sobre o fim do MP3, mediado por
Brunno Constante, repórter do
Portal MTV, às 11h30. A questão a ser discutida é a possível
substituição da música em
MP3 pelo streaming -serviço
por meio do qual é possível ouvir músicas sem ter que baixar
os arquivos no computador.
Quem não conseguiu se inscrever a tempo pode acompanhar as discussões e palestras
em tv.campus-party.org.
A abertura oficial da festa
ocorreu na madrugada de segunda para terça. Com a presença do ex-hacker e hoje especialista em segurança eletrônica Kevin Mitnick, os campuseiros fizeram a contagem regressiva e registraram o momento
de todos os ângulos possíveis.
Feitas as honras, Mitnick foi
tratado como celebridade pelos
campuseiros. O ex-cibercriminoso foi cercado por fãs que pediam fotos e autógrafos -ele
assinou de camisetas a notebooks.
"É maravilhoso estar aqui, eu
amo o Brasil", afirmou Mitnick
em uma conversa rápida com a
Folha. Ele também comentou
um pouco a evolução do cibercrime desde quando foi preso
na década de 1990: "Naquele
tempo, "hackear" era pela curiosidade intelectual e pelo desafio, diferentemente do que é
hoje".
Falta de mulheres
Logo na fila para o credenciamento na Campus Party, o estudante Francisco Davoli, 23,
dizia ter expectativa de encontrar "mais mulheres no evento". A reclamação do estudante
tem um fundo de verdade: apenas 25,2% dos inscritos são do
sexo feminino, segundo a organização. "A participação delas
vem crescendo, mesmo que
lentamente", diz Marcelo
Branco, diretor-geral da Campus Party.
E a maioria do público tem
menos de 30 anos. Segundo a
organização, 68% dos campuseiros têm entre 18 e 29 anos.
Área aberta
Quem não conseguiu se inscrever pode visitar gratuitamente a área de exposições do
evento. A previsão da organização é que 100 mil pessoas passem pelo local até domingo. O
evento abre das 10h às 21h até
sábado. No domingo, os portões fecham às 17h.
LEIA MAIS sobre a Campus
Party em www.folha.com.br/circuitointegrado
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