|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Universidade cria dois programas para bioquímica
CHIQUINO JÚNIOR
da Folha Campinas
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) oferece na Internet dois softwares para o ensino
de bioquímica nos cursos de graduação da universidade e em outras instituições de ensino superior, como a USP.
A bioquímica é uma disciplina
aplicada nos cursos de biologia,
educação física, medicina, química, física e farmácia.
Os programas são os primeiros
resultados do projeto de doutorado do pesquisador Eduardo Galembeck, 29.
Os programas simulam reações
que ocorrem no organismo humano e de outros animais, permitindo que os alunos possam interagir
criando diferentes situações para
perceber os resultados.
Entre os programas já registrados, está o "COM - Consumo de
Oxigênio por Mitocôndria". Por
meio dele, cada aluno pode fazer
sua experiência de consumo de
oxigênio e produção de energia.
Galembeck disse que, sem o software, um grupo de 20 alunos tinha
de ficar em volta de um oxígrafo,
aparelho usado para medir as reações durante o processo de consumo de oxigênio. "Eles apenas observavam. Com o programa, é possível comandar a experiência injetando diferentes substâncias para
obter várias reações", disse.
Em laboratório, uma experiência
com um tipo de substância leva
cerca de quatro horas para ser concluída. Primeiro é necessário matar um rato e isolar o seu fígado.
Para cada substância injetada, a
operação teria de ser repetida.
Radicais livres
Outro programa desenvolvido
por Galembeck e já registrado pela
Unicamp é o de funcionamento de
radicais livres (substâncias que
surgem das várias reações bioquímicas que acontecem no corpo humano), desenvolvido para um curso de verão na universidade.
Para Anders Silva, 19, aluno do
curso de biologia da Unicamp,
uma das vantagens dos programas
é o fato de um computador ser usado no máximo por dois alunos.
"No laboratório, ficamos distantes
do professor, não dá para esclarecer dúvidas de maneira ideal."
O estudante Luciano Alves, 21,
afirmou que quando há um erro na
experiência de laboratório, todo o
processo tem de começar novamente. "Com o software, isso não
acontece. E a gente ganha tempo."
Alexandre Martins Cavagis, 24,
usou o método tradicional na graduação e o computador na pós-graduação. Segundo ele, a rapidez
dos resultados, por meio da simulação, permite realizar mais de
uma experiência.
O professor Galembeck elaborou
ainda um programa para bioquímica em cursos de educação física.
Músculos
Com o soft de simulação, os alunos de graduação podem perceber
o que acontece com um músculo e
o nível das substâncias envolvidas
na contração muscular em provas
de salto, golfe, 100 metros rasos,
400 metros rasos e maratona. O
soft está sendo aplicado nas aulas
de educação física da Unicamp.
Galembeck produziu ainda um
simulador de cadeia de transporte
de elétrons no corpo humano.
O Proin (Programa de Apoio à
Integração Pós-Graduação/Graduação) da Capes (Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior) liberou R$ 93 mil
para o projeto no ano passado.
Com o recurso, será montada
uma sala multimídia no departamento de bioquímica do Instituto
de Biologia da Unicamp, onde serão criados mais programas.
De acordo com Galembeck, alunos de licenciatura em biologia estão tendo aulas atualmente sobre
como elaborar programas.
Os softwares podem ser acessados no endereço www.unicamp.br/ib/bioquimica/ensino.
O professor Bayardo Baptista
Torres, 61, da equipe de graduação
da USP (Universidade de São Paulo) e da pós-graduação da Unicamp, disse que o programa tem
sido aplicado a alunos da USP,
apresentando bons resultados pedagógicos.
Segundo ele, o projeto de Galembeck está fomentando pesquisas
na área de ensino à distância.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|